Apolo Tubulars quer ampliar fornecimento de tubos de condução para setor de óleo e gás

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Por Daniel Fraiha / Petronotícias

A Apolo Tubulars surgiu em 2006, fruto de uma joint venture entre a brasileira Apolo Equipamentos e Tubos e a americana U.S. Steel, que perceberam uma sinergia entre si e decidiram apostar juntas no mercado de tubos para óleo e gás no Brasil. A empresa produz tubos para Exploração e Produção (OCTG), bem como para condução de petróleo e derivados (Line Pipe), segmento em que a Apolo pretende ampliar sua participação. Esse é o objetivo do novo gerente comercial para tubos de condução da empresa, André Surkamp, que chegou no início de junho à companhia, conforme contou ao repórter Daniel Fraiha.

Como foi a formação da empresa e da parceria com a U.S. Steel?

A Apolo Tubos e Equipamentos foi fundada em 1938, sendo a primeira empresa do país a fabricar tubos de aço soldados por resistência elétrica sem adição de material (ERW). Em 2006, juntamente com a U.S. Steel, criou uma joint-venture, dando origem à Apolo Tubulars. A fábrica, localizada em Lorena, em São Paulo, foi concebida para fabricar tubos de alta qualidade para o segmento de óleo e gás (API 5L para condução e API 5CT para exploração e produção).

Como foi a trajetória da empresa de lá para cá?

A Apolo Tubulars estabeleceu-se em um nicho de mercado bastante interessante, que são os tubos para Exploração e Produção. Sabemos que o mercado de tubos para condução é também muito importante, e a minha vinda para a empresa faz parte da estratégia para expandir esse mercado. A demanda será influenciada basicamente pelos empreendimentos do setor de Petróleo e Gás, mas acreditamos que podemos aumentar nossa participação também em outros segmentos, como Sucro-alcooleiro, Papel & Celulose e Energia.

Como a empresa vê o mercado de óleo e gás brasileiro hoje?

O primeiro semestre do ano teve a demanda mais fria por conta de algumas indefinições sobre os projetos da Petrobrás. Temos boas perspectivas para o futuro, já que empreendimentos como a Premium I e a Premium II, além do Comperj, estão no planejamento e devem demandar volumes expressivos. Além disso, também há a fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, e diversos projetos offshore.

O que acharam do novo plano de negócios da Petrobrás?

Estão mantidos os empreendimentos que consideramos relevantes, portanto, o impacto é positivo.

A empresa enfrenta concorrência com importados da China? Como vê essa questão?

Enfrentamos bastante concorrência de produtos de origem estrangeira, visto que nossa linha de fabricação coincide com os diâmetros e espessuras importados com maior facilidade. Fabricamos tubos de condução com diâmetro nominal entre 2” e 8”, e na linha de tubos para exploração e produção, com diâmetros de 2 3/8” até 9” 5/8. Se a taxa de câmbio permanecer nos níveis atuais, o volume de importações deve cair significativamente.

Como veem a questão do conteúdo local?

A política de conteúdo local fomenta o desenvolvimento tecnológico e econômico de toda a cadeia de fornecimento. Representa uma grande oportunidade para que empresas brasileiras aumentem suas atividades, revisem seus processos e tornem-se mais eficientes e competitivas. Outro ponto positivo é aumentar a interação das empresas com as universidades, na busca de soluções e qualificação de mão-de-obra.

A empresa tem algum projeto de Pesquisa e Desenvolvimento pensando no pré-sal?

Temos parcerias estratégicas com universidades e centros de pesquisa, e dentre as linhas de trabalho alguns estudos são direcionados ao desenvolvimento de novas tecnologias para o pré-sal. Trabalhamos para que os nossos produtos possam ser utilizados no maior número possível de aplicações e em todas as etapas do processo, desde a exploração até a distribuição de petróleo e derivados.

O mercado deve melhorar em breve?

Acredito que a demanda deve tender ao crescimento, à medida em que os projetos anunciados sejam colocados em andamento. As refinarias Premium I e II, o Comperj, e a retomada das obras na RNEST, entre outros, demonstram um cenário de oportunidades reais. A Apolo Tubulars tem capacidade instalada para produzir 120 mil toneladas por ano, e está preparada para um possível e esperado incremento de demanda.