O racismo ambiental dos navios de lixo

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O que o despejo de navios de lixo da Europa no Brasil tem a ver com os casos de indígenas expulsos de suas terras por mineradoras? Ambos são exemplos de racismo ambiental, termo usado pela primeira vez em 1978 pelo reverendo estadunidense Benjamin Chavis para protestar contra empresas que escolhiam os territórios negros e pobres para direcionar seus resíduos tóxicos.

“O termo denuncia que o critério racial e de classe era utilizado na alocação do território a ser poluído”, esclarece o mestre em planejamento urbano e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santos (UFES) Victor de Jesus.Victor utilizou o livro Toma que o lixo é Teu, de autoria do jornalista gaúcho Diniz Júnior para um trabalho de Pós-Graduação da UFES.O livro denunciou o rumoroso episódio do envio do lixo em contêineres para os portos brasileiros realizado por países europeus. O fato ocorreu em 2009 e teve uma enorme repercussão internacional.

O trabalho originou a publicação de um artigo na revista da  Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as. “O racismo ambiental dos navios de lixo no quarto de despejo: a geopolítica neocolonial ambientalmente tóxica do descarte de resíduos nos países “lixeiras do mundo”

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Contudo, o termo racismo ambiental também pode ser utilizado em casos em que impactos e riscos ambientais na moradia ou trabalho de grupos racializados acontece mesmo sem intenção. “Significa que as desigualdades socioambientais não são vivenciadas por todos os grupos igualmente, sendo alguns mais vulneráveis às suas consequências, como populações negras, indígenas e pobres”, resume o pesquisador.

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