Navios da Marinha são abastecidos em Rio Grande e rumam para a Antártica

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por Diniz Júnior com a colaboração de Fernando Hallal (Comunicação da FURG) e Roberto de Bastos (Esantar)

Partiram hoje do porto do Rio Grande (RS) rumo ao continente antártico  os navios da Marinha brasileira Ary Rongel e Almirante Maximiano. Eles participam da 42ª Operação Antártica (OPERANTAR), uma das mais complexas e extensas operações realizadas, anualmente, pela Marinha do Brasil (MB), que busca apoiar a presença e as pesquisas brasileiras no continente austral, no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

Nesta edição da OPERANTAR, os militares darão apoio logístico a projetos de pesquisa, participarão do lançamento e recolhimento de acampamentos científicos e atuarão no levantamento hidrográfico, em proveito do “Plano de Trabalho de Hidrografia 2020-2023”, da Diretoria de Hidrografia e Navegação da MB

No porto gaúcho os navios foram foram abastecidos com 18,5 toneladas de gêneros alimentícios, peças de reposição, equipamentos, veiculos para locomoção na neve e no gelo. Também foram entregues 230 andainas de roupas para militares e pesquisadores.O processo de carregamento foi coordenado pela Estação de Apoio Antártico / FURG com apoio da Estação Naval e dos Fuzileiros Navais.

O início da 42ª OPERANTAR também marca a troca do Grupo-Base (GB) que atua na ( Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O GB é composto por quatro Oficiais e 13 Praças, responsáveis pela operação e manutenção de todos os sistemas da Estação, além de prover apoio à pesquisa científica.

Cerca de 860 km separam a Antártica e o Cabo de Hornos, o ponto – pertencente ao Chile – mais extremo da América do Sul.

No mar, um dos mais conhecidos desafios da missão é a travessia do Estreito de Drake. A região é conhecida pelas piores condições meteorológicas marítimas do mundo, onde é comum encontrar ondas com mais de dez metros de altura.Para o Comandante do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, Capitão de Mar e Guerra Marco Aurelio Barros de Almeida, o comando no mar durante a OPERANTAR representa a maior realização profissional da sua carreira. “A possibilidade de navegar em três diferentes oceanos, Atlântico, Pacífico e Antártico, além de cruzar pelo sempre tormentoso Estreito de Drake irá aflorar em mim o verdadeiro espírito dos homens do mar”, declara.

ESANTAR

A Estação de Apoio Antártico (Esantar) da Furg, localizada no Campus Carreiros, tem desempenhado importante papel nos apoios a OPERANTAR. A Estação garante um suporte técnico-científico-administrativo ao Proantar, de forma permanente.

Compete à Esantar a guarda, conservação e preparação de todo o vestuário do pessoal que vai à Antártica, fornecendo vestimentas e equipamentos especiais que irão possibilitar a locomoção humana naquela fria região do globo. Após servirem às expedições, os equipamentos que retornam do continente gelado, tais como aparelhos de comunicação, veículos para locomoção na neve ou balsas de desembarque, são devidamente recondicionados, sob a supervisão da Estação.Todo o  materia organizado pela Esantar é dividido em caixas de marfinite ou madeira que serão encaminhadas para a Estação Antártica Comandante Ferraz e os diversos acampamentos formados por grupos de pesquisa, no próprio Continente Antártico ou em ilhas próximas, onde são realizados estudos de clima, flora, fauna, oceanografia, entre outros.

Todo este material é recebido, conferido, re-acondicionado, armazenado e novamente distribuído pela Esantar, ano após ano, em um trabalho rotativo que não cessa. Embora as Operações Antárticas se realizem durante os meses mais quentes do hemisfério Sul (outubro a abril), todos os meses ocorrem voos de apoio, também organizados pela Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) e executados pela Força Aérea Brasileira.

 

03/12/1983: Um dia histórico para a FURG e a Ciência brasileira. Os ministros da Educação, Esther de Figueiredo Ferraz, e da Marinha, Maximiano da Fonseca, estiveram em Rio Grande inaugurando o primeiro módulo da Estação de Apoio Antártico

SAIBA MAIS SOBREO CONTINENTE ANTÁRTICO