Estação meteorológica automática na Estação Antártica Comandante Ferraz é reativada

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A contribuição do INPE/MCTI, através do projeto ATMOS para a retomada das medidas meteorológicas na EACF é um marco importante a ser celebrado no aniversário de 40 anos do PROANTAR, em fevereiro de 2022

O projeto ATMOS (AnTarctic Modeling Observation System), desenvolvido no Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera (LOA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), reativa estação meteorológica automática na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).

Quinta feira, dia 16 de dezembro de 2021, pode ser considerado um dia histórico e de alegria para a comunidade científica do nosso País, é o que afirma o pesquisador Luciano Ponzi Pezzi, coordenador do projeto ATMOS e do LOA. O monitoramento das condições atmosféricas de forma operacional na região da Baía do Almirantado, Ilha do Rei George – Antártica, foram restabelecidas a partir da instalação de uma estação meteorológica automática pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) na EACF.

As medidas de variáveis atmosféricas foram realizadas de forma contínua pelo INPE/MCTI, através de projetos coordenados pelo pesquisador Alberto Setzer, entre os anos de 1986 até fevereiro de 2012, quando teve o encerramento de sua série amostral devido ao incêndio que ocorreu na EACF, que infelizmente destruiu a estação e vitimou dois militares. As medidas atmosféricas realizadas na nova EACF, reconstruída e inaugurada no ano passado, permitirão, além do monitoramento em tempo real e a validação de modelos de previsão de tempo, o desenvolvimento de estudos diagnósticos sobre como o clima antártico influencia a América do Sul e o Brasil.

Estas informações também poderão auxiliar na inicialização de novos modelos de previsão numérica do tempo no ambiente polar, o que pode acarretar melhorias para o dia a dia dos brasileiros na Antártica e no Brasil, visto que muitos sistemas atmosféricos originários na Antártica se propagam e atingem latitudes mais baixas do globo, inclusive na Amazônia.

Luciano Pezzi, coordenador do projeto ATMOS e do LOA / Arquivo 2019

O esforço de reativação dessa estação meteorológica automática foi uma ação no âmbito da Rede Nacional de Meteorologia (RNM), e passou por uma grande articulação liderada pelos pesquisadores do INPE, Ronald Souza, Luciano Pezzi, Gilvan Sampaio e Antônio Divino Moura, já aposentado. O Coordenador-Geral de Ciências da Terra, Gilvan Sampaio, teve grande apoio do Diretor do INMET, Miguel Ivan Lacerda, para efetivar a presente ação.

O pesquisador Luciano Pezzi articulou o apoio da Marinha do Brasil (MB), através da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), da Subsecretaria para o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), por meio do Capitão de Mar e Guerra Rodrigo Cersosimo Kristoscheck.

A montagem da estação meteorológica em campo foi liderada por Marcelo Santini, bolsista de pós-doutorado do LOA, que está na Antártica, coordenando as atividades científicas do Projeto ATMOS. O pesquisador contou com o apoio da pesquisadora Andréia Bender, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), colaboradora do LOA, juntamente com os militares da DHN, técnicos do INMET, da HOBECO Sudamericana e do Grupo Base da EACF. A contribuição do INPE/MCTI, através do projeto ATMOS para a retomada das medidas meteorológicas na EACF é um marco importante a ser celebrado no aniversário de 40 anos do PROANTAR, em fevereiro de 2022.

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Fonte: INPE