Empresas investem na capacitação de engenheiros

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Na indústria de petróleo e gás, o Prominp prevê qualificar dez mil engenheiros até 2015

O aquecimento da engenharia civil não se reflete apenas nas grandes obras ou  nas grandes empresas. Um exemplo é o engenheiro civil Álvaro Viana,  especializado em geotecnia. Depois de trabalhar no mercado por cinco anos, ele  apostou na criação da própria empresa, a Alta Geotecnia, de olho no nicho de  meio ambiente e sustentabilidade. Em dois anos, a firma já cresceu 400%, e  emprega dez pessoas — entre as quais oito engenheiros.

— Dentro da engenharia civil, há bastante mercado para esse nicho. E ainda  são poucos com boa formação e experiência — diz Alvaro, lembrando que sua  empresa estará, até 2013, no Instituto Gênesis, incubadora de empresas da  PUC-Rio. — Compensamos nossa dificuldade de pagar altos salários com aprendizado  que dificilmente o profissional teria em grandes empresas: realizar todas as  etapas do trabalho.

Prominp prevê qualificar mais 10 mil engenheiros

O fato é que a necessidade de contratar gente qualificada está levando até as  gigantes em seus setores, como a Vale, a investir no incentivo à formação de  engenheiros. Junto com o CNPq, a mineradora acaba de lançar o Forma-Engenharia,  programa que oferecerá 2,5 mil bolsas para graduação de engenheiros,  pesquisadores na área e também para pessoal da área técnica. No total, serão  investidos R$ 24 milhões, metade por parte da Vale.

— Nós queremos suprir a deficiência que existe no mercado, especialmente de  gente especializada em engenharia civil, mecânica, de minas, transportes e  química, que são fundamentais para nós — afirma Luiz Mello, diretor do Instituto  Tecnológico Vale.

Como encontrar engenheiros com boa formação específica nas áreas de atuação  da companhia também é um problema, a Vale investe ainda em especialização  profissional, em parceria com universidades. Cada programa tem duração de três  meses, e é destinado a profissionais com pelo menos três anos de formados.

— Ninguém forma profissionais com as especializações de que necessitamos:  ferrovias, portos, mineração. Apostamos em educação como estratégia para  perpetuar o conhecimento e alcançar os resultados esperados nos negócios — diz  Desiê Ribeiro, gerente geral de Educação e Desenvolvimento de Pessoas da  Vale.

Já na indústria de petróleo e gás, o Prominp (Programa de Mobilização da  Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), da Petrobras com o governo  federal, prevê qualificar dez mil engenheiros até 2015. Até agora, já foram  qualificados cerca de seis mil profissionais de nível superior, em cursos de  pós-graduação na área.

Para o professor Antônio MacDowell Figueiredo, da Coppe/UFRJ, entretanto,  políticas de incentivo à formação e à especialização de engenheiros não resolvem  o problema da escassez de mão de obra qualificada que, segundo ele, tem origem  no ensino brasileiro. Seu estudo estima que, só em 2015, haja um déficit de 220  mil engenheiros no país.

— Isso é um problema estrutural seriíssimo, que tem a ver com a questão do  ensino fundamental e do ensino médio — diz Figueiredo, acrescentando que um  levantamento feito por ele mostrou que, de cada cem alunos que ingressam no  ensino fundamental, apenas 12 concluem uma faculdade.

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