Com estradas precárias, transporte marítimo cresce 10% no ano

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A cabotagem acaba sofrendo pela situação das rodovias. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 63,8% das rodovias tinham deficiências de pavimento em 2013 / O Globo

As sucateadas estradas brasileiras e a falta crônica de ferrovias — desafios de infraestrutura para o próximo governo — estão dando novo fôlego à cabotagem, o transporte de cargas por mar dentro do país, que teria tudo para ser uma vocação natural do Brasil, que tem 8.000 km de costa. Este transporte vive uma explosão: apenas no primeiro semestre deste ano o setor cresceu 9,8%, enquanto a economia patinou com avanço de 0,5%. Com isso, hoje, a cabotagem tem um tamanho quatro vezes maior do que em 2001.

Especialistas dizem que a comparação não é exagerada. A cabotagem representa apenas 0,5% dos transportes nacionais, contra 6% nos Estados Unidos, um país muito mais interiorizado, ao passo que 70% da população e da riqueza do Brasil estão a apenas cem quilômetros da costa. Por outro lado, criticam que parte deste descaso cabe aos próprios armadores, que abandonaram rotas para se concentrarem apenas nos trechos mais lucrativos. O forte controle de capital estrangeiro das empresas também é apontado como um problema, pois as companhias não teriam real interesse em desenvolver o mercado nacional. Isso é negado pelo setor, que afirma investir pesado no Brasil e estar retomando portos até então abandonados.