A história de Mocinha

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Capa do livro "Desistir nunca foi uma opção", sobre a cadela tetraplégica (Foto: Divulgação)

A parte conhecida da história começou em 2008, quando a atriz Julia Bobrow resgatou uma cadela vira-lata das ruas de Osasco e a batizou de Mocinha. Um ano depois, os latidos da cachorra deram lugar a uma rouquidão persistente. Logo as patas traseiras começaram a falhar e Mocinha passou a usar só as dianteiras para se locomover. Não demorou para os movimentos das patas dianteiras também cessarem, assim como os latidos. Vítima de uma doença degenerativa desconhecida, ela foi tratada com fisioterapia e acupuntura. No meio tempo, amealhou milhares de fãs. Explica-se: Julia e seu namorado, o fotógrafo Daniel Guth, registraram o dia a dia do animal por meio de uma conta no Instagram, com 2 mil seguidores, e uma página no Facebook, “curtida” por mais de 14 mil pessoas.

Mocinha morreu em meados de setembro de 2013. Escrito pelo casal que a abrigou, o livro Desistir nunca foi uma opção (Editora Original, R$ 29,90) narra sua trajetória. A obra, que começou a ser produzida quando o animal ainda estava vivo, virou livro. Com apenas 88 páginas e cheio de fotos de cortar o coração, o livro tem prefácio da atriz Lúcia Veríssimo, uma feroz defensora do bem-estar dos animais. Ela relembra o dia em que conheceu a Mocinha: “encontrei uma criatura tão receptiva, com o olhar mais doce, meigo e feliz que vi num animal em toda a minha vida”. O título da obra é uma resposta de Julia e Guth aos que sugeriram a eutanásia. “Mocinha nunca sentiu dor”, escrevem. “Qual seria o nosso direito de tirar-lhe a vida?”