Os cinco mais procurados:as áreas da engenharia em que a escassez de mão de obra é maior

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O engenheiro civil Álvaro Viana, da Alta Geotecnia, em frente a uma encosta onde sua empresa fez obraPaula Huven / O Globo

Eles estão sendo disputados praticamente a tapa. O déficit de engenheiros no  país — que, segundo a Coppe/UFRJ, chega a 55 mil por ano — está fazendo com que  alguns desses profissionais sejam especialmente caçados. É o que dizem  especialistas consultados pelo Boa Chance, citando as cinco áreas da engenharia  com maior escassez de mão de obra especializada no mercado fluminense: civil, de  petróleo e gás, de produção, naval e mecânica.

— Todas essas áreas estão diretamente ligadas aos setores nos quais o Rio está recebendo mais investimentos. Dos R$ 211 bilhões que vão entrar no estado, de 2012 a 2014, R$ 108 bilhões serão destinados à área de petróleo e gás, R$ 50 bilhões a obras de infraestrutura e R$ 15,4 bilhões para o setor naval — diz Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan).

No caso da engenharia civil, o aquecimento do mercado de trabalho vem das  grandes obras de infraestrutura que o país e o Rio estão recebendo — por conta  da Copa de 2014 e das Olimpíadas —, além da construção residencial, beneficiada  por crédito maior e juro menor. Quanto à área de petróleo e gás, o impulso se  deve à exploração da camada pré-sal e à necessidade de desenvolver novas  tecnologias. Os efeitos da prosperidade nesse setor se estendem à indústria  naval, após décadas de estagnação. Já os engenheiros de produção, considerados  generalistas, e os mecânicos são muito requisitados em fábricas e em todos os  demais setores da economia.

Um ano para achar um gerente

Divonzir Gusso, pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas  (Ipea), chegou a prever que poderia haver um apagão de engenheiros no país em  2020 caso a economia crescesse à taxa de 5%. Esse cenário não se confirmou, mas  ele continua preocupado com a composição desse mercado de trabalho. Para Gusso,  a maior dificuldade das empresas não é simplesmente preencher as vagas, mas  conseguir pessoal com a formação adequada:

— O grande problema é conseguir profissionais que tenham a experiência e o  expertise que o mercado busca neste momento. Afinal, muitos tinham migrado para  o mercado financeiro e outras áreas que exigem grande conhecimento  matemático.

A migração ocorreu, lembra Gusso, devido à crise econômica, de fins da década  de 1980 e anos 1990, atingindo fortemente os setores naval e da construção  civil, por exemplo. No mesmo período, houve um desinteresse geral pela área,  então formaram-se muito menos engenheiros. Daí, a conhecida defasagem que faz  com que existam poucos engenheiros formados entre os anos de 1987 e 2002.

E, como consequência da escassez de profissionais, dizem especialistas, os  salários dos engenheiros vêm aumentando consideravelmente.

— Um engenheiro civil recém-formado não senta para conversar por menos de R$  6 mil — garante Rogério Bregaglio, diretor da Divisão de Construção da Mills. — Em 1989, colocávamos um anúncio e recebíamos cem currículos. Atualmente nós  temos que correr atrás deles.

Outra mostra dessa dificuldade é o tempo que as empresas estão levando para  contratar. Na Mills, foi necessário um ano para achar um gerente, com salário na  faixa de R$ 20 mil.

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