Wilson Sons põe à venda 4 ativos de portos e logística

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O jornal o  Valor apurou que são os dois terminais de contêineres, Tecon Salvador e Tecon Rio Grande, e dois recintos alfandegados – o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro em Santo André (SP) e a estação aduaneira de Suape (PE). Procurada, a empresa não se manifestou.

A Wilson Sons, uma das maiores operadoras de serviços portuários, marítimos e logísticos do Brasil, decidiu colocar à venda quatro ativos para maximizar o valor dos negócios. Ontem, o conselho de administração aprovou o início de um processo formal envolvendo os investimentos em terminais de contêineres e logística, conforme fato relevante enviado ao mercado. A empresa não informou quais nem quanto são eles, mas o Valor apurou que são os dois terminais de contêineres, Tecon Salvador e Tecon Rio Grande, e dois recintos alfandegados – o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro em Santo André (SP) e a estação aduaneira de Suape (PE). Procurada, a empresa não se manifestou.

O assessor é o BTG Pactual e a busca por potenciais interessados deve começar nos próximos dias.

Segundo o fato relevante, o processo integra a avaliação de “alternativas estratégicas” que podem incluir a venda dos ativos ou a atração de parceiros estratégicos. Mas ainda não há certeza de que qualquer transação ocorrerá, ponderou a companhia no documento.

Conforme o Valor apurou, vendas recentes de ativos portuários a preços interessantes, como o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no ano passado, pesaram na decisão da Wilson Sons de ir ao mercado.

O Tecon Salvador é um dos ativos com maior potencial. É o único terminal portuário especializado na movimentação de contêineres na Bahia. Em 2016 a Wilson Sons obteve do governo a prorrogação antecipada do contrato de arrendamento do empreendimento até 2050. Em troca, a companhia investirá na manutenção e expansão do empreendimento até o fim do prazo contratual. Os investimentos relacionados à ampliação da área totalizam quase R$ 398 milhões, valor com data-base de dezembro 2013, e serão feitos em etapas para alcançar uma capacidade anual de movimentação de 925 mil Teus (contêiner de 20 pés).

Rio Grande

A concessão do Tecon teve início em 1997 e está prevista, hoje, para até 2047. O terminal de contêineres do grupo Wilson Sons em Rio Grande registrou crescimento de 26% na importação entre janeiro e março deste ano em comparação a igual período de 2017. O aumento é relacionado principalmente à movimentação de cargas do setor automotivo, que apresentou alta de 14% nesses três meses ante o primeiro trimestre do ano passado. Na exportação, os destaques do trimestre foram o frango congelado ( 75%) e o tabaco ( 68%). No total, somando cargas de exportação e importação, o terminal apresentou crescimento de 10% nos três primeiros meses de 2018 em relação ao mesmo período de 2017.
 
Com mais de 20 anos de atuação, o Tecon Rio Grande é hoje considerado um dos mais importantes terminais de contêineres da América Latina. Opera as principais linhas de navegação que escalam o País e atende a cerca de três mil importadores e exportadores. Além do Tecon Rio Grande, ainda estariam envolvidos em possíveis vendas, segundo matéria do jornal Valor Econômico, o Tecon Salvador e dois recintos alfandegados: o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro em Santo André (SP) e a estação aduaneira de Suape (PE).
 
Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria de imprensa do grupo Wilson Sons não confirmou ou desmentiu a lista de ativos citados para eventuais alienações e comentou que “em respeito às regras de mercado, as informações relativas a qualquer possível decisão estratégica serão comunicadas em primeiro lugar ao mercado, via fato relevante”

Fonte: Valor e Jornal do Comércio-RS