VTMIS nos portos: espera longa

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Praticagem (sala de operações)
Os dois operadores do C3OT ainda têm à disposição dez câmeras em alta definição. Elas estão instaladas em regiões estratégicas de Guarujá e Santos, de modo a propiciar uma visão completa dos fundeadouros (onde os navios aguardam para entrar no Porto)

Demora na implantação dos sistemas de gestão do tráfego de navios deixa Brasil atrás de países como Argentina e Chile. Dois anos após a assinatura dos contratos, os primeiros sistemas integrados de gestão de tráfego de navios chamados de VTMIS dos portos públicos brasileiros ainda não entraram em operação. A demora na implantação desses sistemas deixa o Brasil atrás de países como Argentina e Chile que, respectivamente, possuem cinco e quatro sistemas — ainda que não tenham a mesma complexidade dos projetos nacionais e a mesma extensão costeira. Fornecedores avaliam que o VTMIS brasileiro não é um projeto simples porque integrará equipamentos e sistemas sofisticados.

As empresas enxergam oportunidades para venda de soluções mais objetivas e com retorno mais rápido para terminais privados.Desde 2014 o Porto de Santos passou a contar com uma série de serviços de alta tecnologia, inéditos no Brasil, para auxiliar e otimizar as manobras de seus navios, aumentando a segurança da navegação. Eles são fornecidos pelo novo Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT), da Praticagem de São Paulo, em sua sede, na Ponta da Praia, em Santos.

Entre os serviços prestados pelo C3OT, está o monitoramento, por câmeras de alta definição, da Baía de Santos e de todos os acessos aquaviários ao Porto. Também há a medida da velocidade e da direção das correntes marítimas no canal do estuário, da altura das ondas e da intensidade dos ventos e, ainda, a verificação da visibilidade na região para a navegação. Antes, esses dados eram apenas projetados por meio de modelos matemáticos. Agora, passam a ser coletados, em tempo real, por uma rede de sensores espalhada por todo o cais santista.  O investimento para a aquisição desses equipamentos meteorológicos e oceanográficos, até então inéditos nos portos brasileiros, ultrapassaram os R$ 8 milhões.
“Agora temos informações reais. Deixamos de trabalhar com previsão para ter em mãos tudo o que pode interferir na manobra de um navio pelo Porto”, explica o gerente de operações da Praticagem, Viriato do Nascimento Geraldes, ao afirmar que o serviço prestado será mais eficiente.