Tecnologia nacional na proteção de dutos

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Dutovias para gás, óleo e derivados, na Reduc /Geraldo Falcão

 

Por Julio Castro /Petróleo &Energia

O crescimento esperado da produção de petróleo e gás em poucos anos, com a entrada em operação dos projetos na região do pré-sal, demandará maior capacidade de escoamento e distribuição. Principalmente se for confirmada a expectativa da Petrobras de chegar a 2020 com uma produção diária de 3,9 milhões de barris de petróleo/dia e 1,1 milhão de barris de boe (barris de óleo equivalente) de gás natural.

Para o setor dutoviário, os principais desafios tecnológicos na produção de óleo e gás provenientes dos reservatórios do pré-sal estão diretamente relacionados com as condições encontradas em profundidades superiores a dois mil metros de lâmina d’água e a mais de 300 km da costa, como é o caso de Tupi, na Bacia de Santos-SP.

“Esse ambiente de produção desafiador demandará, por exemplo, revestimentos de alto isolamento térmico, capazes de manter ou minimizar a redução de temperatura do óleo produzido, sem, no entanto, aumentar significativamente o peso dos risers e seus custos”, avalia Raimar van den Bylaardt, presidente do conselho executivo do Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT). Entidade Tecnológica Setorial (ETS) brasileira, o CTDUT é um verdadeiro laboratório de testes de dutos em escala real.

Outro obstáculo será a presença de fluidos agressivos e de dióxido de enxofre, gás carbônico e água de alta salinidade, cuja combinação com o óleo e o gás provoca o desgaste e a corrosão acentuada nos risers e dutos atualmente disponíveis. “Além disso, o escoamento da plataforma de produção ao continente, quando por duto, apresenta o desafio construtivo de dutos profundos e a longas distâncias”, acrescentou.

Em um segmento que necessita de unidades de produção com vida útil superior a vinte anos, a opção pelo uso de novos materiais ou o emprego de produtos já conhecidos, mas de aplicação inovadora no setor dutoviário – como é o caso das fibras de carbono em risers com mais de oito polegadas de diâmetro interno –, são fundamentais para a integridade e longa vida das instalações, permitindo a produção, tanto na questão do escoamento quanto na injeção de CO2 ou outros fluidos, com segurança e custos razoáveis.

“O CTDUT tem participado de pesquisas relacionadas com o isolamento térmico de risers, em conjunto com a PUC-RJ e, no momento, vem analisando a construção de novos laboratórios e a adequação de algumas de suas instalações para atender às demandas da comunidade dutoviária perante os desafios do pré-sal”, comentou Bylaardt. “Estamos preparados para as oportunidades futuras. Temos tecnologia, capacitação, e parcerias estratégicas com entidades de ensino e pesquisa, e empresas fornecedoras de bens e serviços que estão em condições de participar desse desafio.”