Rio+20 não compensará poluição de viagens aéreas de participantes

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Por DENISE MENCHEN DO RIO

Principal fonte de emissões de gases do efeito estufa na Rio+20, as viagens aéreas dos participantes da conferência não serão compensadas pelo comitê criado pelo governo brasileiro para o evento.

Segundo o órgão, caberá a cada país decidir se neutralizará ou não as emissões geradas pelo transporte aéreo de suas delegações.

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Já as emissões geradas no evento propriamente dito serão compensadas pelo comitê organizador. Segundo o ministro Laudemar Aguiar, secretário nacional da Rio+20, isso será feito com créditos de carbono provenientes de projetos brasileiros reconhecidos pela ONU. Esses créditos, que podem vir de projetos de eficiência energética, por exemplo, serão doados por empresas brasileiras, que não tiveram o nome divulgado.

A estimativa preliminar do comitê é que as emissões oriundas do transporte terrestre oficial, do consumo de energia elétrica e de combustíveis e da geração de resíduos sólidos na conferência cheguem ao equivalente a 5.000 toneladas de CO2.

Esse valor equivale às emissões de 714 pessoas durante um ano inteiro, considerando-se a média atual de sete toneladas per capita.

Já uma viagem aérea entre a Europa e o Brasil, na classe econômica, emite cerca de uma tonelada de CO2 equivalente. O comitê diz não estar negligenciando a questão. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, será disponibilizado aos participantes um aplicativo para o cálculo das emissões das viagens.

A ideia é que, de posse desses dados, os países também usem créditos de carbono de projetos brasileiros para neutralizar seus impactos.

CONFIRMAÇÕES

Segundo Aguiar, 176 países já confirmaram participação na Rio+20. Desses, 102 enviarão seus chefes de Estado ou de governo.

Para garantir a segurança dos participantes, o Riocentro terá um sistema de detecção de ameaças químicas, radiológicas e biológicas. São esperadas até 38 mil pessoas por dia nos eventos.

No total, a Rio+20 ocupará uma área quase quatro vezes maior do que a da Rio-92, ocorrida há 20 anos.

Apenas no Riocentro, serão cerca de 100 mil metros quadrados de área construída. O local, que ontem ainda estava em obras, será entregue para a ONU no dia 5.