Com a redução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil por conta da queda na taxa de desmatamento da Amazônia nos últimos anos, a atenção para a contribuição do País às mudanças climáticas se volta para o setor energético. A estimativa oficial de emissões nacionais para as próximas décadas mostra que a área vai ser a que mais vai contribuir (aqui no blog do colega Herton Escobar) e, por enquanto, o governo federal não apresentou nenhum plano a longo prazo sobre como pretende minimizar essa participação.
Um estudo divulgado hoje pelo Greenpeace mostra que se for usado o potencial que o Brasil tem para fontes renováveis de energia – em especial eólica, solar e de biomassa – e forem adotadas medidas de maior eficiência energética, seria possível cortar 60% dessas emissões até 2050. A comparação é feita com o chamado cenário de referência, que estima como seria a matriz energética do País se continuarem sendo adotadas ações semelhantes às planejadas pelo governo federal para os próximos anos. Nesse caso, a emissão do setor seria de 777 milhões de toneladas de CO2. No cenário da revolução energética proposto pelo Greenpeace, a emissão seria de 312 milhões de toneladas.
O trabalho propõe que o Brasil tem potencial de chegar a 2050 com uma matriz energética com 66,5% de participação de fontes renováveis, presença 47% maior que a observada hoje. A análise considera pela primeira vez o uso de energia como um todo, não só pelo setor elétrico, mas também pelos setores de transportes e industrial. Se for isolada a matriz elétrica, a participação de renováveis, de acordo com o estudo, pode chegar a 92%. O estudo pode ser visto na íntegra no site da ONG.