Regras e falta de acordos afetam competitividade, aponta Maersk

0
1718
IMPRIMIR
A Maersk observa outros países, como Austrália, aproveitando a guerra comercial entre China e Estados Unidos para acelerar as exportações.

A Maersk aponta o excesso de regulamentação no setor marítimo e as indefinições sobre acordos comerciais como fatores que sufocam a competitividade do país. O trade report da empresa de navegação referente ao primeiro trimestre associa a falta de sinais de evolução do comércio exterior brasileiro à ausência de medidas que tratem da competitividade do país e incentivem novos negócios. Na visão da companhia, o Brasil está perdendo competitividade para vizinhos, como Paraguai, Uruguai e Argentina, em produtos-chave, entre os quais proteínas, alimentos e bebidas. Segundo Eunice Minczuk, gerente de operações terrestres da Maersk, a expectativa de abertura de mercados com o novo governo não se confirmou e tem afetado diretamente a atividade, que historicamente já enfrenta desafios regulatórios e de infraestrutura.

Para a Maersk, o país não pode continuar tão fechado, na medida em que a navegação no Brasil poderia ser impulsionada com novos acordos comerciais. “No palco global, as alianças estratégicas dos países e as parcerias de longa data estão sendo testadas. É importante que o Brasil não seja deixado para trás”, salientou o diretor-geral da Maersk para a costa leste da América do Sul, Antonio Dominguez. Ele acrescentou que o mercado doméstico é bastante importante, mas existem oportunidades gigantescas em outros mercados.

A diretora de atendimento ao cliente da Maersk, Elen Albuquerque de Carvalho, analisou que a demora na definição sobre o acordo Mercosul-União Europeia e outros acordos com a Ásia atrapalha o avanço do comércio exterior brasileiro. Além disso, a instabilidade do câmbio não representou um fator positivo para exportações. “Ainda precisamos de mais estabilidade cambial. Enquanto não houver, não vislumbramos novos acordos sendo feitos”, comentou Elen. Sem novos acordos, a perspectiva de comércio com a Ásia atualmente é de manutenção dos contratos vigentes.

Leia também:
‘Comércio exterior terá ano perdido em 2019?’, questiona relatório