Qual será o futuro da CESA?

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CESA
Em Rio Grande a capacidade da Cesa é de 51 500 mil toneladas. O terminal passou por uma reforma para ampliar a capacidade de graneis

A Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) esta no topo da lista das empresas, autarquias e organismos que o governo do estado poderá extinguir numa política de cortes e despesas para amenizar o alto grau de endividamento da Fazenda Pública. O grande desafio da cadeia produtiva do arroz é convencer o governador José Ivo Sartori de que é vantajoso para o governo assegurar que o Irga assuma a estrutura da Cesa em Rio Grande, ou ele passe para a iniciativa privada. Criada em 1952 para prestar serviços de armazenagem aos produtores gaúchos, a Cesa estoca, hoje, mais dívidas do que grãos. Até o fim de 2014, data-base do último balanço oficial, a empresa acumulava R$ 519,2 milhões em prejuízos. Pior, apresentava um patrimônio líquido negativo de R$ 257,8 milhões,ou seja, mesmo que revertesse todos os seus ativos (como prédios, terrenos e créditos a receber) em capital, ainda lhe faltaria uma soma vultuosa para zerar as dívidas.

 

Logística precária na exportações de arroz

A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul está pagando caro pela falta de estrutura logística e de transporte para a exportação do cereal. Segundo dirigentes de empresas exportadoras e agentes de mercado apesar de forte demanda pelo cereal em casca por tradicionais países importadores, o Brasil não está conseguindo exportar por falta de infraestrutura. Não há disponibilidade de datas ou espaço nos terminais do Porto de Rio Grande para o grão, pois a prioridade é o atendimento dos embarques e armazenagem da soja.

O único terminal apto a exportar arroz e destinado para este fim é o Cesa, Contudo, a estrutura só pode ser usada para armazenagem e embarque de arroz beneficiado e no seu ponto de carregamento, o canal não tem profundidade para navios de grande calado. E a própria estrutura de carregamento está defasada, além da capacidade de estocagem ser considerada muito pequena.

 

Porto Alegre - RS - 07/11/2009 ARFOC COMEMORA ANIVERSÁRIO COM CA FÉ DA MANHÃ NO CITY HOTEL. FOTO: Sílvio Alves

Há pelo menos sete anos o porto gaúcho vem alcançando níveis significativos de embarque arrozeiro, mas não há planejamento ou investimentos no sentido de assegurar as operações, especialmente quando o Rio Grande do Sul tem uma safra cheia de soja. Na hora de exportar e o Brasil perde boas oportunidades de mercado por falta de armazéns e, principalmente, terminais de embarque.

Em Rio Grande a capacidade da Cesa é de 51 500 mil toneladas. O terminal passou por uma reforma para ampliar a capacidade de graneis. Localizado no porto de Rio Grande, o terminal tornou-se o principal ponto de exportações de arroz. No final do governo de Tarso Genro foi aprovado um plano de recuperação e ampliação deste terminal, cujo projeto foi apresentado por um comitê formado pelo Irga, Cesa, SUPRG, e os produtores de arroz.

O investimento previsto é de 25 milhões de reais e a meta era ampliar o terminal com três armazéns que somariam até 150 mil toneladas estáticas., criar um pulmão no retroporto, automatizar a descarga de caminhões e instalar um shiploader, uma espécie de guindaste que faz o embarque de arroz ensacado, o que permitiria ao arroz gaúcho concorrer por espaço em mercados que pagam preços mais elevados no Oriente Médio.

A instalação do terminal depende da conclusão do primeiro lote da obra de modernização do Porto Novo. O investimento seria feito em parceira publico privada envolvendo a Superintendência do Porto de Rio Grande, Cesa e Operadores Portuários. Onde esta o terminal da Cesa, haverá aumento do calado o que permitirá a atracação de navios maiores. No velho terminal, haveria uma reforma, com a instalação de um tombador para agilizar o recebimento dos grãos (hoje manual) e ampliação da capacidade. De acordo com o ex. presidente da Cesa, Márcio Rogério Pilger, a unidade ficaria fechada durante a reforma do porto e aproveitaria para realizar a reforma interna.

 

 

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