Projeto Polinizando o Pampa comemora com avanços e envolvimento da comunidade

0
195
IMPRIMIR

Ao lançar o projeto Polinizando o Pampa, a prefeitura do Rio Grande(RS), juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente, pretendem incentivar a criação de abelhas Jataí, sem ferrão, próximas a unidades de conservação ambiental. Produzimos quatro reportagens que abordam a importância das abelhas  que prestam um serviço fundamental para a humanidade e a biodiversidade.

 

Em torno de 90% das espécies da Mata Atlântica dependem das abelhas sem ferrão para se reproduzirem

Essas abelhas são incapazes de ferroar, nem é preciso equipamentos de proteção e nem fumaça para o manejo. Por isso, elas podem ser criadas próximas de residências, inclusive em áreas urbanas. Com cerca de 5 mm de comprimento,essas  pequenas trabalhadoras são gigantes na tarefa de manter a biodiversidade dos biomas brasileiros. Muitas espécies vegetais são totalmente dependentes delas para que possam se reproduzir. Ao passar de flor em flor, as abelhas carregam o pólen e fazem a fecundação, gerando assim frutos com maior qualidade e em maior quantidade.

O Polinizando o Pampa chega em boa hora. Um estudo feito pelo MapBiomas e uma Rede Nacional de Pesquisadores, Universidades e Ongs,mostrou que a vegetação está diminuindo. No ano passado cerca de 2 400 hectares foram degradados, 92% a mais com comparação a 2021. Para mudar esse cenário é necessário muito trabalho e engajamento da sociedade.

O projeto começou em outubro do ano passado com a entrega de 150 colmeias de Jataí para 15 produtores rurais, ganhando cada um deles 10 colmeias, cujas propriedades estão localizadas próximas à Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico, à área de proteção ambiental Lagoa Verde e à Ilha dos Marinheiros.

Em contrapartida, os produtores precisam participar de capacitações, receber mensalmente os pesquisadores nas suas propriedades e responder questionários socioeconômicos e ambientais durante o projeto que tem previsão de duração de dois anos.“É uma oportunidade de ajudar a incentivar a criação dessa espécie no nosso município. O projeto é um espetáculo, pois estou tendo o apoio de profissionais e ainda poder repassar para minha família. Nossa contribuição é fazer um excelente trabalho de manuseio ao ponto que possamos expandir os enxames. Com isso nosso bioma Pampa ganha qualidade. Vamos passar para as demais gerações, para que se perpetue a espécie por aqui”, relata o pecuarista Rafael Cruz que possui uma propriedade na Apa da Lagoa Verde.

                                  Ilha dos Marinheiros
                                        APA da Lagoa Verde
                                       Banhado do Maçarico

O secretario do Meio Ambiente da cidade do Rio Grande avaliou os primeiros meses do projeto como positivo. Para Pedro Fruet, o Polinizando o Pampa tem um potencial enorme.Não só para a questão de poder oferecer para o futuro um incremento de renda para os produtores, mas, sim, pelo fato de que ele é um projeto de busca que visa recuperar o pampa que é um bioma que vem sofrendo muito nas últimas décadas e, também, funcionando como uma oportunidade de promover a conservação da biodiversidade através de um projeto bonito que utiliza as abelhas como uma espécie de bandeira que ajuda na questão da polinização e que pode trazer muitos benefícios não só para o homem, como também para o meio ambiente”, disse Fruet.