A Petrobras participa de 19 projetos que estão atrasados devido a questões relacionadas às regras de conteúdo local. Entre eles estão: Libra 1, Libra 2, Libra 3, Sépia e Búzios. Em audiência pública sobre o tema na última terça-feira (3) no Rio de Janeiro, o gerente executivo de Libra, Fernando Borges, disse que, se as novas regras já estivessem em vigor em 2015, fornecedores brasileiros estariam construindo partes da plataforma de Libra e Sépia desde 2016.
A estatal contratou 12 plataformas com estratégia de maximização de conteúdo local, mas os projetos têm enfrentado atrasos de dois a três anos. A Petrobras estima que as perdas para União poderiam chegar a R$ 85 bilhões até 2021, considerando royalties, participação especial, imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). No entanto, o impacto para a companhia foi mitigado parcialmente pela contratação de seis plataformas afretadas com menor conteúdo local, além de envio de parte do escopo para o exterior.
Os projetos paralisados são o FPSO piloto de Libra e Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. O primeiro processo, em agosto de 2015, foi cancelado por preço excessivo de mais de 50%. A avaliação é que os percentuais de conteúdo local dele eram altos — a exigência média é acima de 60%. O segundo, em setembro de 2016, aguardava resposta do pedido de waiver (dispensa de conteúdo local) e teve percentuais considerados factíveis e em linha com casos de sucesso de outras plataformas do pré-sal.