Para IBP, 30% das tecnologias de descarbonização já podem ser implementadas

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O aumento da produção de gases de efeito estufa gera riscos climáticos de ordem física — como tempestades, furacões — e já proporcionaram prejuízos de US$ 2 trilhões aos Estados Unidos nas últimas três décadas

Cerca de 30% das tecnologias para garantir a descarbonização no setor de energia, responsável por um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs), poderão ser implementadas em escala comercial no curto prazo, gerando convergência com as metas do Acordo de Paris. Esta análise de Cristina Pinho, diretora executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP, no Fórum de Descarbonização 2021, também indica que a transição energética deve fomentar investimentos em todas as fontes renováveis disponíveis, garantir segurança de suprimento à população e permitir acessibilidade da matriz, com inclusão e equidade social.

Durante o evento, organizado pelo IBP em 26 e 27 de maio, a executiva reportou uma recuperação do segmento de petróleo e gás em 2021 — com a segunda maior taxa de crescimento da história, em torno de 5% — e defendeu que os investimentos em inovação devem ganhar escala para se alcançar o “net zero” até 2050.

Andreas Eisfelder (Head de New Energy Business para América Latina da Siemens Energy), outro participante do fórum, apontou que 50% das tecnologias mundiais não têm uma aplicação definida no apoio à descarbonização. Mas ele defende — após dez anos de testes e pesquisas no campo da eletrólise — que o hidrogênio seja utilizado em larga escala. “Poderá ser aplicado na produção de fertilizantes, aço verde e outras green commodities”, mencionou.

Complementarmente, Monica Saraiva, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira do Hidrogênio, afirmou que o hidrogênio pode ser misturado em gasodutos — em níveis de 2% a 20% — para descarbonização de redes, que a mineração pode aplicá-lo em veículos a diesel em regiões isoladas, e que o transporte de carga pesada tem perspectivas de ganho de autonomia veicular, tempo de abastecimento e menor custo. A estimativa é ter mais de 10 mil estações de carga de hidrogênio até 2030, além de 10 a 15 milhões de veículos abastecidos pelo insumo em todo planeta nesse período.