O conteúdo local em questão

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Paulo Alonso traçou um panorama das políticas de conteúdo local no mundo e lembrou que o assunto tem ganhado relevância global nos últimos dez anos.

Nada mais polêmico que conteúdo local, uma reserva de mercado para a indústria do país. Seu lado bom é que gera empregos e estimula a tecnologia nacional. O aspecto preocupante é que, ao criar uma defesa para a indústria local, pode elevar os preços. Poucas vezes um técnico da Petrobras tocou diretamente no assunto. Isso ocorreu com o assessor da presidente da Petrobras para conteúdo local e coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo Sergio Rodrigues Alonso, no Congresso Mundial de Petróleo, em Moscou.

Paulo Alonso traçou um panorama das políticas de conteúdo local no mundo e lembrou que o assunto tem ganhado relevância global nos últimos dez anos. Ele ressaltou, no entanto, que essas políticas não devem ser protecionistas, mas de incentivo.“Não há dúvida de que o objetivo principal de uma política de conteúdo local eficaz é promover a participação da indústria nacional nos projetos de petróleo e gás em base sustentável e competitiva.

Políticas governamentais devem ser encorajadoras, não de proteção”, defendeu Alonso. Ele ressaltou que o poder de compra de uma grande companhia nacional de petróleo, a exemplo da Petrobras, é um poderoso instrumento para o desenvolvimento local, de fabricantes e de prestadores de serviços. O executivo disse que instituições de ensino também têm papel essencial, especialmente em países onde a falta de pessoas qualificadas pode ser um problema. “Um plano amplo deve ser concebido para criar uma massa crítica de engenheiros, administradores e técnicos para alimentar a indústria de petróleo e gás em uma base sustentável”, disse. Ele citou como exemplo o Prominp, que desde 2006 qualificou mais de 95 mil pessoas no Brasil, a exemplo de soldadores, mecânicos, eletricistas, administradores, técnicos de automação e controle e engenheiros para trabalhar na indústria do petróleo. Paulo Alonso esteve na última edição da Feira do Polo Naval RS, realizada em Rio Grande no mês de março, na qual foi um dos palestrantes.