O bolo cresceu: como a gaúcha Orquídea quer faturar R$ 2 bilhões com farinha, biscoito, massa e pão

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Em cinco anos, a gaúcha Orquídea dobrou de tamanho e rompeu a barreira do bilhão de reais vendendo, essencialmente, derivados da farinha de trigo –   Rogério Tondo, CEO da Orquídea: conservador nos investimentos (Fabio Campelo/Divulgação)

Os 70 anos da Orquídea, indústria de farinhas, massas, biscoitos e pães de Caxias do Sul, na serra gaúcha, não são o único motivo para a empresa comemorar. Hoje, vivem o primeiro ano com o selo de “negócio bilionário”. O faturamento em 2022 foi de 1,2 bilhão de reais. E a projeção é praticamente dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, chegando a receitas de 2 bilhões de reais. Como? Parte da estratégia é acelerar a expansão para fora do Rio Grande do Sul, incluindo uma nova fábrica de R$ 30 milhões em São Paulo.

A outra envolve um investimento de R$ 200 milhões em melhorias e novos equipamentos para as atuais fábricas, principalmente a de Caxias do Sul. “Vamos usar esse dinheiro basicamente em produtos e na fábrica de biscoito”, diz Rogério Tondo, CEO da Orquídea. “Terá ampliação do parque fabril e da estrutura física, vamos construir prédio, adicionar novas linhas de produção e colocar espaço para novas linhas no futuro”.

Há apetite para isso. No mercado, o faturamento das fabricantes desse tipo de guloseima cresceu 54%, para 29,2 bilhões de reais em 2022, segundo dados da Abimapi, a associação de fabricantes de farináceos e derivados. Recentemente, a empresa gaúcha lançou uma versão de bolachas de água e sal em embalagens menores, voltadas sobretudo para quem deseja fazer um lanche fitness no meio do trabalho. “É sempre uma aposta, porque fazemos produtos inovadores, que até então não estavam no mercado”, diz Rogério Tondo.

Como será a nova fábrica em São Paulo 

Além do investimento de 200 milhões de reais, outros 30 milhões de reais serão aportados em uma nova fábrica da empresa em São Paulo. Será a primeira linha produtiva da Orquídea fora do Rio Grande do Sul. A fábrica será usada principalmente para fabricar produtos da marca Sabor de France, voltada para pães refinados, como ciabatta e multigrãos, além de quitutes típicos de padarias européias, como croissants e pastéis de Belém. São pães pré-assados e congelados.

Hoje, todos os produtos da marca, comercializados no sul e sudeste do país, saem da fábrica matriz em Farroupilha, na serra gaúcha, inaugurada em 2015. A nova fábrica, que terá a mesma estrutura da unidade atual, contará com equipamentos importados da Europa, e irá gerar cerca de 60 empregos diretos. Este também é o número de colaboradores na matriz, que teve um investimento de 10 milhões de reais para iniciar suas operações em 2015, quando a Orquídea Alimentos comprou parte da empresa.

Com isso, aceleram a expansão para fora do Rio Grande do Sul. Recentemente, também, as farinhas domésticas deles também chegaram às gôndolas de São Paulo, por meio da rede varejista Sonda.

Qual o tamanho da Orquídea hoje

Fundada há 70 anos em Pinto Bandeira, próximo à Caxias do Sul, a Orquídea começou como um moinho para produção de farinha de trigo. Entre os anos 2000 e 2010, adicionou a produção de massas e biscoitos. Nos últimos anos, com a farinha custando mais e, ao mesmo tempo, adicionando novos produtos de maior valor agregado no portfólio, a indústria disparou e atingiu recordes de faturamento:

2018: 500 milhões de reais de faturamento

2021: 900 milhões de reais de faturamento

2022: 1,2 bilhão de reais em faturamento 

E as projeções:

2023: 1,3 bilhão de reais em faturamento

2025: 1,7 bilhão de reais em faturamento

2026: 2 bilhões de reais em faturamento 

Fonte: Revista Amanhã