‘Nós estamos nos preparando para o pior cenário’, diz secretário de Portos

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Em visita ao Porto de Santos, Diogo Piloni disse que os ministérios da Infraestrututura e o da Agricultura buscam alternativas para evitar o desabastecimento e mitigar problemas logísticos, em caso de agravamento da crise no leste europeu

O Governo Federal se prepara para enfrentar “o pior cenário” no Brasil, em relação ao risco de desabastecimento de fertilizantes, em consequência da invasão russa na Ucrânia, informou o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, ontem, em visita a Santos (SP). Segundo ele, entre as medidas preparadas para os portos, está a priorização da atracação de navios com essas mercadorias e, ainda, da liberação das respectivas descargas. O objetivo é agilizar essas operações e, assim, evitar um aumento dos custos logísticos dessas cargas, que devem sofrer uma alta de preço devido à guerra.

Piloni esteve na tarde de ontem no Porto de Santos, para conhecer as obras do futuro terminal de celulose da Eldorado Brasil, no Armazém 33, na Margem Direita do complexo marítimo, em Santos. Ele percorreu a área do novo EBlog – terminal STS-14, acompanhado do diretor-presidente da Santos Port Authority (SPA, a Autoridade Portuária de Santos), Fernando Biral, e do gerente geral de Logística da Eldorado Brasil Celulose, Flávio da Rocha Costa.

Durante a visita, o secretário foi questionado sobre as ações do Governo Federal para reduzir os impactos da guerra no País, especificamente nas importações de fertilizantes – em relação a esses produtos, o Brasil importa 85% do que utiliza e essas cargas vinham principalmente da Rússia.

“Nós temos que trabalhar diante de todos os cenários possíveis. A gente está acompanhando a escalada do conflito, que é localizada, por hora, mas que traz impactos, sem dúvida alguma. Nós estamos falando de grandes produtores de fertilizantes e consumidores desses produtos. Enquanto governo brasileiro, seja no Ministério da Infraestrutura ou no Ministério da Agricultura, a ideia é que a gente esteja preparado para este cenário. Nós estamos nos preparando para o pior cenário. É assim que a gente deve atuar”, afirmou Piloni.

O secretário de Portos disse que as pastas da Infraestrutura e da Agricultura buscam alternativas para evitar o desabastecimento e mitigar problemas logísticos, em caso de agravamento da crise no Leste Europeu. “A gente tem conversado muito com o Ministério da Agricultura, nos que diz respeito à logística, para que a gente não cause embaraço num momento de eventual crise. A gente precisa ter o porto funcionando bem, com o máximo de fluidez, e prioridade máxima ao fertilizante, esse insumo da produção agrícola brasileira”, destacou.

Piloni falou sobre as alternativas de importação de fertilizantes. “A gente tem conversado com o Ministério da Agricultura que tem buscado alternativas de outros fornecedores, inclusive, a potencialização da pesquisa para uma utilização mais eficiente do insumo. É difícil dizer qual será o tamanho do impacto, mas a gente está trabalhando para mitigar esse impacto”, concluiu.

Governo planeja padronização logística nos portos para fertilizantes

O Governo Federal planeja uma padronização logística entre os portos públicos brasileiros que recebem a importação de fertilizantes. O intuito é mitigar gargalos e priorizar a movimentação dos insumos.Em visita-técnica à área que abrigará o terminal de celulose da Eldorado Brasil, na quinta-feira (3), no Porto de
Santos, o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni e Silva, falou sobre o plano de padronização da logística entre os portos brasileiros que operam fertilizantes. E destacou que há reuniões agendadas para discutir o assunto entre o Ministério da Agricultura, o setor de fertilizantes e autoridades portuárias. “Uma segunda coisa que tem sido trabalhada é a possibilidade de padronização de procedimentos das autoridades  portuárias. A gente recebe algo em torno de 80 a 90% de fertilizantes em portos públicos como Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e´Rio Grande. O que estamos discutindo para esse conjunto de portos é uma espécie de alinhamento e padronização de procedimentos para lidar com esse cenário”, afirmou.

Fonte: Portal BE NEWS