No segundo dia do processo de demissões na Brasfels, os trabalhadores dispensados formaram uma fila na porta do estaleiro na manhã desta quarta-feira (3), em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. A aglomeração era para a entrega dos uniformes e das carteiras de trabalho.
Na terça-feira (2), cerca de 800 funcionários foram desligados da empresa. A previsão do Sindicato dos Metalúrgicos é que hajam 1.500 demissões até o final do processo. O número corresponde aos empregados envolvidos na construção de sondas de petróleo da empresa Sete Brasil, a maior cliente do estaleiro.
Em um comunicado entregue aos funcionários, a Brasfels disse que está sem receber verba da Sete desde novembro de 2014. Também alegou que tentou evitar as demissões, mas essa foi a única forma para manter o estaleiro funcionando. A Sete Brasil não quis se pronunciar a respeito do caso até a publicação desta reportagem.
A informação das 1,5 mil demissões foi divulgada após uma reunião entre os representantes da Brasfels, do Ministério do Trabalho e do sindicato. Não é a primeira vez que o estaleiro demite um grande número de trabalhadores. De janeiro de 2015 até o fim de janeiro deste ano, outros 1.160 trabalhadores já haviam sido dispensados.