Mergulhadores e barcos pesqueiros: as estratégias de facção que fez o sul do RS como rota do tráfico internacional

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Mergulhadores da Marinha e agentes da PF se uniram para localizar e apreender droga em compartimento submerso do navio      Polícia Federal / Divulgação

Na manhã de 7 de maio a Polícia Federal recebeu um alerta: mergulhadores tinham acabado de acoplar uma carga de cocaína a um compartimento subaquático de um navio, no porto de Rio Grande, no sul do RS. Os policiais pediram ajuda à Marinha, que usou seus homens-rã para sondar a embarcação. Em minutos localizaram bolsas impermeáveis contendo 136 quilos da droga, introduzidos na caixa de mar (um compartimento submerso, por onde entra água para refrigerar os motores do barco).

O navio veio da Argentina e tinha como destino o porto espanhol de Las Palmas (Ilhas Canárias). Agora a PF investiga se a tripulação tinha conhecimento ou não da droga presa no casco. A embarcação foi liberada para prosseguir viagem.

Essa foi a chegada ao Rio Grande do Sul da técnica mais moderna para esconder drogas (e uma das mais difíceis de detectar). Sinal de que o principal porto gaúcho virou ponta de lança no tráfico internacional. Rio Grande já é alvo constante do uso de contêineres abarrotados de drogas e de barcos de pesca usados para levar cocaína até navios. Até mesmo de grandes pesqueiros oceânicos capazes de cruzar os mares cheios de entorpecentes.

A novidade é a ação de mergulhadores a serviço do crime.Essa moderna tática e também as estatísticas mostram que toda a região sul do RS (com destaque para o porto) virou rota estratégica do tráfico. Nestes cinco meses de 2022 a PF apreendeu 167 quilos de cocaína entre os municípios de Pelotas, Rio Grande e Chuí. Isso é mais que todo o ano de 2019 (161 quilos) e todo 2020 (128 quilos).

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FONTE: GZH / HUMBERTO TREZZI