Investimentos em alta

0
640
IMPRIMIR
Empresários noruegueses estão otimistas com as perspectivas da indústria de óleo & gás e investimentos devem crescer

Os investimentos nos setores marítimo, offshore e de óleo & gás dos noruegueses no Brasil têm crescido de forma constante desde 2009. A petroleira Statoil lidera a lista. Em 2016 ela investiu nada menos que US$ 2,5 bilhões ao adquirir participação de 66% do campo de Carcará (BM-S-8), no pré-sal da Bacia de Santos. Ao todo são 179 empresas norueguesas em atividade no Brasil .

O Brasil é o segundo maior mercado da indústria marítima norueguesa e, de Oslo, as empresas do setor acompanham atentamente o noticiário brasileiro que mostra instabilidade política e regulatória. O setor vive tempos difíceis desde 2014, com o colapso dos preços do petróleo e agora começa um período de recuperação. O presidente da Associação Norueguesa de Armadores, Sturla Henriksen, lembrou que o Brasil é o principal mercado dos armadores noruegueses fora do Mar do Norte e disse ver de forma “encorajadora” o fim do monopólio da Petrobras como operadora do pré-sal e a flexibilização do conteúdo local.

Mas a maior franqueza veio do presidente do conselho de administração da Siem Industries, o norueguês Kristian Siem. Ele criticou a lentidão da Petrobras na tomada de decisões e, na presença do embaixador do Brasil na Noruega, George Monteiro da Prata, disse que o país “não tem sido fácil ultimamente”, alertando para a plateia ter cuidado com o que ouve sobre o Brasil.

“O país começou como uma democracia e depois o povo elegeu criminosos”, disse o executivo, observando que o grupo de empresas que ele comanda investiu “bilhões” no Brasil e criticou a demora da Petrobras, de quem se disse parceiro, de tomar decisões. “É preciso ter mais previsibilidade. E atualmente para negociar com a Petrobras são necessárias aprovações que demoram um ano. E às vezes a resposta é não”, disse Siem, para quem o processo de tomada de decisões na estatal, com a participação de comitês para uma segunda opinião, atrasa o processo de decisão e “mina a eficiência” da direção executiva da companhia.