Fretes rodoviários crescem 37% no primeiro trimestre de 2022, aponta estudo

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          O estudo mostra que o volume cresceu de 1,63 milhão em 2021 para 2,24 milhões neste ano

 Em 2020, o número foi de 1,06 milhão.De acordo com o levantamento, o crescimento deste ano foi puxado pelo agronegócio, que representou 37,4% das cargas registradas na plataforma e R$ 6,7 bilhões em fretes distribuídos.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, os fretes do agronegócio aumentaram 35,2%. Para o economista da Universidade de São Paulo, Lucas Godoi, o cenário apontado pela pesquisa reflete a valorização das commodities no mercado internacional.

“Um dos fatores que incidem sobre o aumento do volume de fretes é o aumento do preço das commodities no exterior, o que estimulou o aumento da exportação brasileira de minério, de petróleo, de grãos, e principalmente, de alimentos”, avalia o economista.

“E o segundo fator é o aumento da produção agropecuária em si. Em 2021, o agro teve alguns problemas, principalmente no primeiro semestre, de geada, por exemplo, já esse ano vem tendo uma safra recorde e saudável, sem problemas, o que claramente aumenta os fretes em si”, afirma.

Os estados mais significativos para o desempenho do segmento foram Rio Grande do Sul (15,7%), Mato Grosso (12,4%) e São Paulo (11,9%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (23,4%), soja (13,2%) e milho (12,7%).

De acordo com Bruno Hacad, diretor de Operações da plataforma que produziu o estudo, a liderança do transporte de fertilizantes demonstra uma tentativa do mercado interno brasileiro de diminuir a dependência do país em relação à produção internacional, com destaque para a Rússia, que é a fonte de 23% de todos os fertilizantes que chegam ao Brasil.

“Essa independência é importante, porque o fertilizante é matéria-prima essencial para produção agrícola. No cenário atual, ainda não vemos impacto da guerra na Ucrânia na oferta desse insumo, o que observamos é a busca por alternativas para diminuir a dependência, seja com fábricas de fertilizantes no país ou na busca de fontes alternativas, comprando de outros países ou tendo acesso a produtos que substituam o fertilizante convencional”, afirma Hacad.