Fornecimento deve dobrar nesta década com a exploração da camada pré-sal

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Entre avanços que poderiam ser adotados está a implementação de um mercado secundário que permita às empresas negociar excedentes não utilizados

O vazamento de gás registrado na semana passada em um dos principais gasodutos que escoavam o insumo da Rússia para países europeus não apenas indica que a crise de oferta de gás deverá se estender além deste inverno na Europa mas também que os preços internacionais deverão ficar elevados no médio prazo.

Em paralelo, a oferta de gás no Brasil deve dobrar nesta década com a exploração gradual da camada pré-sal, já que juntamente com o óleo extraído vem gás. Os preços do insumo nacional serão vantajosos nesse complexo cenário internacional. As dúvidas agora são como o país vai gerir essa oferta, se irá exportar parte da produção, ampliar o uso em térmicas ou usar o insumo para reindustrializar setores em momento de reordenamento das cadeias globais.

Hoje o livre acesso à infraestrutura de gás e os preços são duas barreiras, diz Lucien Belmonte presidente da Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro). O setor, que consome um milhão de metros cúbicos por dia, não tem nenhuma empresa no mercado livre. Para o presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa, a abertura ainda é incipiente e “medíocre”. “A lei do gás não colou, não se tornou efetiva”, diz. Um dos obstáculos são as legislações estaduais, pois há Estados cujas regulações para o mercado livre de gás conflitam com a legislação federal. Hoje, sete Estados (Acre, Alagoas, Amapá, Goiás, Rondônia, Roraima e Tocantins) e o Distrito Federal não possuem leis sobre gás natural.