Exportação maquiada

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A P-63 foi vendida ao Panamá, mas nunca saiu do Brasil

A Secretaria de Comércio Exterior divulgou  o saldo comercial com um superávit de 2,4 bilhões de dólares em junho, o maior do ano – um resultado vistoso para o período que o país vive. Segundo a Secex, o Brasil exportou no mês passado 21,2 bilhões de dólares. Tal resultado, contudo, é fruto de um artifício. Para alcançá-lo, o governo enfiou no item “exportação de manufaturados” a venda de uma plataforma para extração de petróleo, a P-63, por 1,6 bilhão de dólares.As informações estão na coluna RADAR da Revista Veja, edição de 10 de julho.

A plataforma teria sido exportada pela Petrobras para a subsidiária da estatal no Panamá – isso de acordo com a Secex. Só que a plataforma nunca saiu do Brasil. No dia 18 de junho, a P-63 partiu de um estaleiro em Rio Grande (RS) em direção a Macaé (RJ). Ainda está em mares brasileiros e começará a operar na Bacia de Campos em setembro. Foi, portanto, uma exportação feita apenas no papel. Assim, um superávit de 784 milhões de dólares engordou artificialmente para 2,4 bilhões de dólares. Segundo a Petrobras, a operação é legal, amparada por um regime aduaneiro especial. O.k., mas foi usada como técnica de ilusionismo para lustrar o saldo da balança comercial.