Embalagem do chocolate encolhe e preço sobe; entenda o motivo

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Agora, com os efeitos do El Niño sobre as lavouras, a situação piorou, e o consumidor pode se preparar: o chocolate vai pesar ainda mais nas contas do mês. Os preços atuais do chocolate, porém, ainda não refletem a recente disparada do cacau no mercado internacional. Em janeiro, o cacau negociado na bolsa de Nova York subiu 11% e chegou a bater o recorde — US$ 4.785 a tonelada. Em um ano, alta é de quase 80%.

Segundo a presidente da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau do Brasil (AIPC), Anna Paula Losi, as indústrias estão moendo agora as amêndoas de cacau compradas há três meses, em média — esse período pode variar de acordo com a empresa.

Naquela época, as indústrias compraram cacau quando os preços estavam abaixo de US$ 4.000 a tonelada. “A partir do segundo trimestre, vamos começar a entender os impactos do novo cenário global”, afirma.

O preço do cacau vem subindo no mercado internacional desde o ano passado em decorrência da perda de potencial produtivo na Costa do Marfim e em Gana, que respondem por 60% da produção mundial. As

As mudanças climáticas também estão dificultando o cultivo. Um relatório da fabricante suíça de chocolates Barry Callebaut de 2023 alertou que, conforme modelos reconhecidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o aquecimento global “pode diminuir a aptidão do clima na Costa do Marfim para a produção de cacau”. O El Niño, que reduz as chuvas na região dos trópicos, só piorou a situação.

Como resultado, a produção mundial está abaixo do consumo pela terceira safra seguida, enxugando os estoques globais. De setembro de 2021 a setembro 2023, o volume nos estoques dos países caiu 7%, e até setembro deste ano deve recuar mais, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO). A organização também alerta para a alta do custo do frete diante dos conflitos no Mar Vermelho.

Fonte: Globo Rural