Dirigível é construído para o uso no transporte de cargas no Brasil

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O ADB-3-30 tem capacidade para transportar de 30 a 52 toneladas e pode voar com uma velocidade de cruzeiro de 125 km/h a cerca de 1.200 pés (400 metros).

Revolucionar o transporte global de cargas com dirigíveis. Inédito no planeta, o projeto já movimenta mais de R$ 100 milhões e promete levantar voo até o fim de 2016. Ousada, a proposta de criar uma aeronave que vai, ainda, estrear um novo modal logístico prevê uma frota inicial de até 20 dirigíveis, que poderão transportar até 30 toneladas cada e fazer o Brasil passar a frente de países como Estados Unidos, Inglaterra, Rússia e Alemanha, que já têm projetos semelhantes.

A americana Lockheed Martin, por exemplo, pretende desenvolver um dirigível para transporte de tropas e equipamentos. A ideia surgiu na Guerra do Afeganistão. Os canadenses, que têm de atender à população isolada em suas províncias geladas perto do Ártico, veem nos dirigíveis uma opção mais barata e eficiente às estradas. Russos e ingleses também têm projetos militares.

O projeto da Airship do Brasil é o primeiro do BNDES, dentro da categoria de infraestrutura, que conseguiu se enquadrar com a rubrica — e as condições mais suaves — da inovação. Localizada em São Carlos (SP), a empresa, que quer ser “a Embraer dos dirigíveis” tem como sócios a Engevix, de engenharia, e a Bertolini, de transportes. Com uma proposta tecnicamente viável, o grupo conseguiu empréstimo de R$ 102,7 milhões do BNDES para investimentos que, apenas na fase de desenvolvimento e protótipo, chegarão a R$ 119 milhões.

Paulo Vicente Caleffi, diretor de gestão da Bertolini, presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado (Fetransul) e diretor da Airship, explica que pretende fazer o primeiro teste com o cargueiro ADB-3-30 em julho de 2016.

– Desde 1992, pesquisamos e há oito anos estamos em sociedade com o Grupo Engevix, em sigilo. Eu estive em 12 países para sondar o mercado. Já começamos a produção do primeiro dirigível, e no primeiro semestre de 2017 temos de estar navegando. Será uma revolução em termos de logística – empolga-se.