De praticante a comandante de navio petroleiro

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A comandante Vanessa Cunha,35, ingressou na Transpetro em 2005, como praticante, e foi admitida como oficial em 2006 / Transpetro Divulgação

A A Em 2017, a carioca foi promovida a comandante. Desde janeiro deste ano, está à frente do navio Nara.”Quando entrei na escola, nem sabia o que era Marinha Mercante. Descobri o que seria da minha história ouvindo experiências deex-alunos que sempre voltavam

 do mar e nos contavam sobre como era viajar. Ao realizar uma pequena viagem em um navio graneleiro que transportava bauxita no rio Amazonas, eu me apaixonei pela profissão. Além de amar o que faço, o retorno financeiro é muito bom”, comemora.
 
Durante vários anos, a bordo de um navio, tem muitas histórias para contar. A mais desafiadora foi cruzar o oceano Índico, na costa Africana, com a presença de um severo ciclone tropical se aproximando do rastro da embarcação. “Fomos atingidos por ventos de 120 km/h e ondas com mais de oito metros, enquanto todo o convés era engolido pelas águas. Foram três dias de tensão,mas o navio seguia firmemente. É uma imagem que nunca vai sair da minha cabeça.”Entre uma viagem e outra, a comandante teve que se acostumar com os períodos longe de casa e da família. Ela diz que é muito complicado conciliar datas de aniversários,viagens e eventos, mas contou com o apoio do marido, que é da mesma profissão e trabalha em outra empresa. “Ele sempre me apoiou e me deu força nas minhas escolhas. Além de tudo,tenho grande apoio dos meus pais e do meu irmão, que assumem nossos filhos quando nós dois estamos longe de casa”.
 
Vanessa ressalta o amor ao ofício e ao significado do trabalho. “Toda vez que alguém
me pergunta o que se faz em um navio petroleiro, eu digo para lembrar de uma coisa simples, que é entrar num posto de gasolina e encher o tanque.Somos nós, marítimos, que estamos longe de casa produzindo e transportando esses produtos essenciais para o cotidiano para que milhões possam usar seus automóveis em suas cidades”,
explica a comandante. Ela lembra que já viveu muito preconceito no seu meio de trabalho, mas que, com o decorrer dos anos, isso vem diminuindo.“Retruquei tudo que ouvi com trabalho. Até hoje, o meu foco é aprender, fazer e ser reconhecida. Não se pode acomodar quando se tem uma meta. A minha é ir sempre além.”
 
Fonte: Revista CNT