Contra ondas fortes e avanço do mar, praias ganham muro e barreira de pedra

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São Sebastião constrói muros de pedras e barreiras de concreto para a recompor o leito de um rio que sofre o impacto das ressacas na Praia Toque-Toque Grande

Com as mudanças climáticas, municípios do litoral de São Paulo e de outros Estados têm investido em obras de contenção para evitar o avanço do mar sobre áreas urbanas. Entre as medidas, estão muros para segurar ressacas, barreiras submersas para amenizar as ondas e o alargamento de praias, com a colocação de areia do próprio mar. Especialistas afirmam que as medidas são paliativas, já que o aquecimento global vai tornar as ressacas mais frequentes e severas

O governo federal iniciará em 2024 o Plano Clima, que vai liberar R$ 10 bilhões em dez anos para Estados e municípios executarem projetos de adaptação à mudança do clima, incluindo soluções locais para o aumento do nível do mar.

O governo paulista informou ter desenvolvido um sistema de aviso de ressacas e inundações costeiras no litoral paulista e já treina agentes municipais para o uso adequado dos alertas.

No litoral de São Paulo, a prefeitura de Mongaguá está construindo muretas de contenção mais largas e altas para resistir à força das ressacas e marés em toda a extensão da praia.

Em Ubatuba, litoral norte paulista, a prefeitura usa cerca de R$ 2 milhões para recuperar a mureta de contenção do calçadão da Avenida 9 de Julho, depois de ter sido destruída por uma ressaca há dois anos.

São Sebastião constrói muros de pedras e barreiras de concreto para a recompor o leito de um rio que sofre o impacto das ressacas na Praia Toque-Toque Grande.

Santos realiza estudos para ampliar as barreiras de proteção compostas por geobags, enormes sacos de areia instalados abaixo da linha d’água para diminuir efeitos das ressacas.Nos últimos anos, algumas regiões da cidade foram invadidas por ondas fortes, causando destruição.

O projeto foi iniciado em 2018, na Ponta da Praia, por meio de parceria entre a Universidade Estadual de Campinas e Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

A barreira submersa tem 275 metros de comprimento e é composta por 49 grandes sacos de material geotêxtil, fibras sintéticas resistentes, dispostos em formato de ‘L’. Está instalada em frente à praia, a partir da mureta na altura das ruas Afonso Celso e Paula Lima. A função da barreira é diminuir a força das ondas e reter a areia movimentada pelas marés.

Conforme a pesquisadora do IG, Célia Regina Gouveia, a situação só tende a se agravar porque o nível do mar está subindo. Das 98 praias paulistas avaliadas, 51,5% estavam com risco alto ou muito alto. Foram avaliadas 67 praias do litoral norte, 23 da Baixada Santista e 8 do litoral sul. Só duas praias apareciam em risco muito baixo: Toque-Toque Pequeno e Santiago em São Sebastião.

Segundo o estudo, o encolhimento da faixa de areia é causado pela combinação de mudanças climáticas e fatores locais, como urbanização e outras interferências humanas.

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