Construção de balsas gaseiras pode abrir portas do estaleiro Rio Maguari para exportação

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O ERM atribui a participação nesse projeto ao fato de ter sido o estaleiro brasileiro com o maior número de embarcações construídas e entregues nos últimos anos, com índice de pontualidade alto

O Estaleiro Rio Maguari (ERM) acredita que a construção de comboios movidos a gás natural liquefeito (GNL) abrirá as portas para venda de modelos semelhantes para outros países num futuro não muito distante. O projeto logístico para transporte e distribuição de GNL na região Norte, idealizado pela Amazonica Energy, prevê a construção de 20 barcaças e cinco ou seis empurradores na primeira fase. O objetivo é construir as unidades a partir de 2020. Cada um desses empurradores terá potência de aproximadamente 4.200 HPs e cada balsa carregará 1.200 metros cúbicos de gás. 

O estaleiro observa o desenvolvimento mundial da propulsão a GNL em diversos tipos de embarcações em função das vantagens econômicas e ecológicas, já que o gás é considerado menos poluente que o diesel, por exemplo. “O fato de termos a oportunidade de participar deste projeto pioneiro certamente abrirá portas para o mercado externo, o que certamente é de nosso interesse”, afirmou a Portos e Navios o diretor comercial do estaleiro, Fabio Vasconcellos.

Para Vasconcellos, o maior desafio técnico desse projeto encontra-se na armazenagem, carga e descarga do GNL nas barcaças. “As barcaças em si são bem semelhantes às que normalmente construímos, mas as peculiaridades do sistema de GNL são a novidade”, explica o diretor do estaleiro. Ele diz que as parcerias estabelecidas pela Amazonica Energy com empresas internacionais experientes nessa área como a projetista candadense Robert Allan, a MTU (motores) e Rolls-Royce (propulsão) permitirão o entendimento e absorção dessa tecnologia, inclusive para os empurradores, que serão 100% movidos a GNL.

O ERM atribui a participação nesse projeto ao fato de ter sido o estaleiro brasileiro com o maior número de embarcações construídas e entregues nos últimos anos, com índice de pontualidade alto, sobretudo no mercado de comboios fluviais. “A escolha do ERM é fruto da credibilidade alcançada principalmente pelo desempenho que tivemos nos últimos 10 anos, atingindo a liderança no mercado de construção naval, não apenas fluvial, mas nacional”, ressaltou Vasconcellos.

O estaleiro entrega média de seis a oito barcaças graneleiras por mês. Como as barcaças para GNL têm índice de complexidade maior, a estimativa é entregar entre quatro e seis por mês, dependendo da configuração final do projeto que está sendo concebido. Desde 2013, o ERM entregou em torno de 300 barcaças, entre 2000 e 5000 TPB, e 20 empurradores, entre 1200 e 6000 HP. Entre os principais clientes no portfólio do estaleiro nesses últimos anos, estão: Hidrovias do Brasil, Grupo Amaggi, Cargill, Louis Dreyfus Company (LDC), Transdourada, Cia de Navegação da Amazônia, Vale, Locar, Transdata, Martin Leme, Reicon e Odebrecht.

Fonte: Danilo Oliveira / Portos e Navios