Conflito preocupa portos do Paraná

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Das quase 11,5 milhões de toneladas importadas de fertilizante em 2021, cerca de 2,35 milhões, mais de 20%, vêm da Rússia

A autoridade portuária dos portos do Paraná e o segmento de granéis de importação, especialmente de adubo, estão apreensivos com a invasão à Ucrânia. A região é a principal porta de entrada de fertilizantes no país.“Das quase 11,5 milhões de toneladas importadas de fertilizante em 2021, cerca de 2,35 milhões, mais de 20%, vêm da Rússia”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.“A preocupação realmente é com a Rússia que tende a suspender as atividades portuárias e o comércio com os países, principalmente ocidentais”, pontua.

O gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Luiz Gomes, explica que tanto a Rússia quanto Belarus, são grandes produtores de fertilizantes, principalmente o cloreto de potássio. “A apreensão é quanto aos problemas logísticos para escoar esses produtos. A invasão à Ucrânia complica ainda mais a situação que já estava delicada com a Belarus”, comenta.
Outro entrave era a proibição da Lituânia à circulação de produtos de Belarus. O país é opção, além da Rússia, para o escoamento de cloreto de potássio. “Uma alternativa para o mercado brasileiro, na importação do produto, seria o Canadá, outro produtor e exportador do cloreto”, completa.
A maioria das empresas produtoras de fertilizantes na Rússia e em Belarus são estatais. “Ou seja, as decisões dessas empresas vão a reboque do que decidem os respectivos governos em relação ao mercado internacional”, pontua Garcia.“A redução da oferta mundial de fertilizantes, certamente, vai nos afetar”, comenta. A falta de produto e o aumento de preço, segundo ele, serão os principais efeitos do conflito que gera impacto, também, nas demais atividades, incluindo a agricultura e o consumo final no país.
ESCALAS
Dificilmente os portos do Paraná recebem navios com bandeiras da Rússia, Ucrânia ou Belarus. Mas, segundo o presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná (Sindapar), Argyris Ikonomou, “o impacto negativo seria a dificuldade, o alto risco e o aumento do valor dos fretes para navios que, a partir de agora, vão escalar em portos da Rússia para carregamento de fertilizantes, por exemplo”.