China impulsiona recorde de vendas brasileiras de soja e carne bovina

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O país passou a exportar 25% da produção, e 57% dos embarques foram destinados para o país asiático.

O fechamento de fronteiras causado pela pandemia e os possíveis efeitos no mercado de grãos colocou os produtores brasileiros em estado de alerta. Durou pouco. Logo a disparada do dólar causou uma escalada nas cotações da soja brasileira.Em fevereiro, a saca no Paraná era comercializada a R$ 82. Em maio, em plena quarentena, ultrapassou a marca de R$ 100.

O produtor de soja Márcio Bonesi, de Moreira Salles (PR), já havia comercializado 60% da sua safra de grãos até o final do ano passado. Vendeu cada saca por R$ 78. Bonesi ainda tinha soja para vender neste ano e conseguiu aproveitar a alta dos preços. Chegou a comprar colheitadeiras novas para dar mais ritmo à produção.

Mas o bom momento do agronegócio brasileiro não tem nenhuma relação com a pandemia. “Cerca de 70% da safra do país já vinha sendo comercializada antecipadamente, com bons preços, desde outubro de 2019”, diz André Pessôa, especialista do setor de grãos e sócio-diretor da Agroconsult.

O principal motivo da valorização é a demanda crescente por alimentos no mundo, especialmente na China, que compra 80% da soja e derivados que o Brasil vende no mercado externo. A maior parte vira ração, com foco na produção de carnes.Contribuiu também a guerra comercial entre China e Estados Unidos, único mercado capaz de produzir e exportar grãos em patamares próximos aos do Brasil.