Após vender Portonave, Triunfo negocia acordo com credores

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Desde o ano passado, a empresa vem atravessando grave crise financeira com a piora do cenário econômico e fechamento do mercado de crédito brasileiro.
Desde o ano passado, a empresa vem atravessando grave crise financeira com a piora do cenário econômico e fechamento do mercado de crédito brasileiro.

Mesmo com a venda do terminal Portonave por R$ 1,3 bilhão, anunciada na última segunda-feira (19), a Triunfo Participações e Investimentos (TPI) ainda depende de um acordo com os credores para respirar aliviada e se livrar de uma recuperação judicial. No total, a empresa deve ao mercado R$ 3,8 bilhões, sendo que parte desse montante passa por renegociação. As negociações podem ser concluídas na próxima semana.

O acordo envolve quase 20 credores financeiros e deve acelerar a venda de outros ativos do grupo. Além do terminal portuário, localizado em Navegantes (SC), a Triunfo tenta se desfazer da participação na empresa Tijoá, concessionária responsável pela exploração da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, e no Aeroporto de Viracopos, onde é sócia com o grupo UTC, envolvido na Operação Lava Jato.

Fontes afirmam que a negociação com os credores tenta garantir que parte do dinheiro da venda da Portonave para a Terminal Investment Limited (ligada à armadora Mediterranean Shipping Company e uma das acionistas da Brasil Terminal Portuário, no Porto de Santos, com 50% das ações). seja usada para dar fôlego à companhia.

Desde o ano passado, a empresa vem atravessando grave crise financeira com a piora do cenário econômico e fechamento do mercado de crédito brasileiro. Em fevereiro deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que faria a execução de garantias de dois empréstimos pontes concedidos às controladas da Triunfo: R$219 milhões da concessionária de rodovias Concer, vencidos em novembro de 2016; e R$ 760 milhões da Concebra, vencida em dezembro de 2016.

Segundo o balanço do primeiro trimestre da companhia, R$ 1,8 bilhão em dívidas vão vencer até o fim deste ano e outros R$ 211 milhões em 2018. Sua dívida líquida equivale a 3,4 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos e depreciação) – indicador que sempre trouxe preocupação aos analistas de mercado. Mas esse número já foi pior: em dezembro de 2016, equivalia a 4,2 vezes o Ebtida.

Fonte: A Tribuna