Acusado por organizações ambientalistas de exportação irregular de materiais tóxicos e proibido de entrar na Turquia, o porta-aviões São Paulo retornou ao Brasil na semana passada e está em frente ao litoral de Pernambuco sendo preparado para reexportação.
Em sua primeira manifestação sobre o caso, mais de um mês após o primeiro contato da Folha, a Marinha nega que a embarcação apresente riscos de saúde e diz que todo o processo de venda e transferência do navio foi conduzido “em plena consonância com a legislação brasileira e internacional vigente”.
O porta-aviões foi vendido pela Marinha ao estaleiro turco Sök Denizcilik and Ticaret Limited, especializado em desmanche de navios. O veículo deixou o Brasil no dia 4 de agosto, em viagem que gerou protestos pelo mundo e vem sendo monitorada em tempo real pelo Greenpeace.
Diante de denúncias sobre a exportação ilegal de amianto, o governo turco revogou autorização para entrada da embarcação no dia 26 de agosto, quando o navio se aproximava do Estreito de Gilbraltar, em viagem feita com o auxílio de um rebocador.
Logo depois, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) suspendeu a licença de exportação e determinou o retorno do navio ao Brasil.
A Marinha diz que, após a decisão de desmobilizar o porta-aviões, optou pela venda do casco para “desmanche verde”, um processo de reciclagem segura para o qual o estaleiro turco Sök é credenciado e certificado.