Seca nos EUA traz ‘oportunidades’ para Brasil e dor de cabeça para muitos

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Embora a menor safra de milho e soja possa reduzir a exportação americana desses produtos – abrindo espaço e oportunidades de negócios para produtores no Brasil e na Argentina, por exemplo -, os efeitos do clima sobre os preços dos alimentos ameaçam a segurança alimentar de locais onde o milho é um alimento básico – como o México e o resto da América Central.

Mesmo no Brasil os efeitos positivos acabam sendo ofuscados pelos negativos, por causa da alta dos preços nos alimentos.

Cálculos do Banco Mundial estimam que cada aumento de 10% nos preços das commodities agrícolas ao longo de um ano carrega um repasse de 0,8 ponto percentual para o principal indicador usado para balizar a meta de inflaçao do governo, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

 

“Do ponto de vista dos produtor rural, o Brasil está numa boa posição (para ganhar com a seca nos EUA), porque tem uma boa previsão de safra e está na época em que pode ajustar essa produção para aumentar a colheita”, disse à BBC Brasil o principal especialista em agricultura do Banco Mundial, Willem Janssen.

“Em termos de consumo, é menos positivo, porque o Brasil tem muitos consumidores pobres -especialmente nas grandes cidades – e eles terão de pagar mais caro se essa crise no preço dos alimentos chegar na ponta.”