Hidrovias, a última fronteira

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Por falta de gestão, em torno de 500 quilômetros de hidrovias encontram-se inviabilizadas para a navegação no Rio Grande do Sul

Reecente movimento dos caminhoneiros expôs, de novo, a dependência do Rio Grande do Sul em relação ao modal rodoviário.

Aqui, 90% das cargas são movimentadas por caminhões que trafegam em nossas deficientes rodovias.

Com isso, o custo da logística gaúcha corresponde a quase 20% do PIB; no País, 12%.

Por falta de gestão, em torno de 500 quilômetros de hidrovias encontram-se inviabilizadas para a navegação.

Para o Estado retomar o desenvolvimento de forma sustentável impõe-se que a administração pública e a sociedade se comprometam em promover mudanças para a melhoria da vida de todos.

Esta nova atitude passa também pelos municípios sobretudo aqueles que são banhados por rios, lagos e lagoas, os quais deveriam se programar para atrair empreendimentos produtivos, comerciais, de logística, turismo e lazer disponibilizando como atrativo o transporte por água, sabidamente mais competitivo. Porto não é problema para a cidade.

Ao contrário, é solução. Para o aproveitamento desses recursos naturais deve haver uma organização urbana e uma integração entre a região e a instalação portuária.

Um município não pode se transformar apenas em espaço de circulação de veículos, mas ser agregador de valores e gerador de postos de trabalho.

Foi com o objetivo de fomentar esta ideia que empresas e entidades estaduais criaram a Associação Hidrovias RS para debater com a sociedade e o setor público modelos de exploração das hidrovias e dos territórios marginais.

Afinal, aproveitar de forma sustentável os seus próprios recursos naturais em favor do bem-estar da população será, no mínimo, um notável avanço em nosso processo civilizatório.

Presidente da Associação Hidrovias/RS

 

Por Jornal do Comércio – RS – Wilen Manteli