Venda da Transpetro é questionada

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transpetro_h-RGBAnunciada na semana passada pelo diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a possível venda da subsidiária de logística, Transpetro, não foi discutida ou aprovada pelo Conselho de Administração da estatal. O tema também não passou pelo colegiado da própria subsidiária.

Representantes dos trabalhadores em ambos os colegiados divulgaram nota neste domingo, solicitando “imediatos esclarecimentos” sobre a negociação, classificada como uma “insubordinação em relação às instâncias decisórias da companhia”.

Em uma semana de derrocada das cotações internacionais do petróleo, fechando em média a US$ 29, e das ações da Petrobras no mercado financeiro, que recuaram 21% nas primeiras semanas do ano, Monteiro anunciou na sexta-feira a análise inicial, feita por um banco, para a venda da subsidiária, responsável por uma frota de 54 embarcações e pela gestão de 49 terminais logísticos, além da rede de oleodutos.

A opção por intensificar a venda de ativos de infraestrutura, com valor de mercado sem relação com a cotação de óleo, foi um novo aceno aos investidores. Na terça-feira, a companhia já havia anunciado cortes de US$ 32 bilhões em investimentos, redução da meta de produção e revisão das premissas financeiras para os próximos três anos.

Em nota publicada em sua página, o conselheiro Deyvid Bacelar criticou a negociação da subsidiária e o anúncio feito antes de deliberação nos conselhos e comitês internos de análise de projetos. Bacelar ressaltou que a “pressa em divulgar medidas não discutidas no Conselho” demonstra “inabilidade da diretoria na análise da conjuntura política e econômica do País”.

“As vendas de quaisquer ativos da Petrobras são discutidas internamente, contudo, essas decisões passam pelo Comitê Estratégico (Coest) e, depois, pelo Conselho de Administração (…) Reafirmo que a situação de venda de novos ativos não foi discutida nas reuniões do Conselho”, diz o comunicado. “A ‘publicização’ desses fatos apenas gera especulações, afeta o ambiente de mercado, bem como o clima da companhia, comprovando uma clara insubordinação da diretoria em relação às instâncias decisórias da companhia”, completa.