No pátio da propriedade de 25 mil hectares, 70 caminhões aguardam a volta da energia para serem descarregados. O desabastecimento também afeta as 220 famílias que trabalham na granja. Para garantir água e luz para os funcionários, a empresa alugou dois geradores, ao custo de R$ 15 mil por semana.
— Não sei o que vai acontecer. Já suspendi a colheita, estou com quatro funcionários parados e três caminhões cheios de arroz, sem conseguir descarregar. O arroz que está no campo vai deitar e o que está no caminhão vai apodrecer — desabafa José Henrique Pagani, agricultor que tem uma propriedade lindeira à Quatro Irmãos.
No domingo (24), técnicos a serviço de uma terceirizada a serviço da CEEE trabalharam na rede durante quase todo o dia. A energia voltou por volta das 20h30min, mas voltou a cair cerca de quatro horas depois, durante a madrugada.
Perto dali, o empresário Eduardo Peixoto também teve de providenciar um gerador para não deixar a propriedade às escuras. Dono de uma estância na Vila da Quinta, Peixoto cria 700 cabeças de gado em confinamento.
Ele passou o final de semana ao telefone com o capataz, tentando uma solução para matar a sede dos animais, já que sem energia é impossível bombear água. Nesta segunda-feira (25), Peixoto esteve na sede da CEEE em Porto Alegre, pedindo providências.
— Prometeram religar a luz até o fim do dia, mas precisamos de uma solução definitiva para a região. Em cada vão entre os postes, há quatro ou cinco emendas nos cabos. Ano passado, ficamos 17 dias seguidos sem luz — reclama o pecuarista.
O blecaute não se limita à zona rural. Na cidade, cerca de 5 mil unidades consumidoras continuavam sem luz nesta segunda-feira. O prefeito Fábio Branco (MDB) decretou situação de emergência e está buscando contabilizar os prejuízos.
— Está insustentável. O atendimento é muito lento, as equipes são despreparadas. Os funcionários da CEEE chegam, olham e não conseguem arrumar os defeitos. Falta resolutividade. Tenho cobrado diariamente, mas não adiante — afirma Branco.
Procurada, a CEEE Equatorial não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Fonte: GZH