Seis anos após entrega, novos trens da Trensurb não apresentam falhas graves, mas pendências impedem que veículos sejam acoplados

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Trens com carrocerias da francesa Alston e troques da espanhola CAF foram comprados por R$ 244 milhões Mateus Bruxel / Agencia RBS

Dos 15 veículos, 11 trens estão operacionais e quatro em manutenção corretiva. São ajustes de rotina como falhas de ar condicionado, câmeras e baterias, que não são de responsabilidade do fornecedor. A principal pendência no momento não impossibilita a circulação da nova frota, mas priva usuários de terem mais distanciamento entre si durante as viagens: a aplicação de uma solução para acoplar dois veículos, o que oferece mais segurança sanitária durante a pandemia. O trabalho está suspenso devido à dificuldade dos técnicos do consórcio FrotaPoa (Alston e Caf) virem até Trensurb em razão da pandemia.

Até chegar ao patamar de zerar todos os problemas graves — e ter apenas ajustes que não inviabilizam a operação dos trens —, os veículos da Série 200 deram muita dor de cabeça à Trensurb e foram bem pouco utilizados pelos usuários. Comprados por R$ 244 milhões com a promessa de oferecer conforto e ar condicionado ao passageiro e economia de energia para a Trensurb, os veículos apresentaram coleção de problemas técnicos pouco tempo depois de chegar a Porto Alegre.

A frota foi comprada em 2012, começou a rodar em setembro de 2014, mas não funcionou simultaneamente antes de março de 2019. Em maio de 2018, o Grupo de Investigação da RBS (GDI), revelou conjunto de 20 falhas graves que, naquela época, deixavam 11 dos 15 veículos encalhados.

Os problemas técnicos se iniciaram apenas sete meses após o começo da operação dos trens, quando um dos veículos descarrilou, em 7 de abril de 2015, e culminaram com o recolhimento da frota, em abril de 2016, em razão da identificação de infiltração nos rolamentos. Durante o período de conserto, novos defeitos foram identificados, como vazamento em amortecedores, falta de vedação da caixa de graxa, deformação das bolsas de ar (responsáveis por garantir a estabilização do veículo), deterioração nos batentes laterais e problemas na fixação dos carros com o truque. Todos itens fundamentais para a segurança dos trens.

Fonte: GAUCHAZH