Revogação de outorga de usina bilionária em Rio Grande preocupa, mas autoridades acreditam em solução na Aneel

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O novo capítulo sobre o projeto de uma usina termelétrica bilionária em Rio Grande, no sul do Estado, é acompanhado de perto pela prefeitura do município e pelo governo gaúcho. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela manutenção de decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que revogou a outorga da usina, parte do projeto que inclui um terminal de regaseificação e um píer para navios atracarem com gás. Autoridades públicas afirmam que o revés preocupa, mas a possibilidade de decisão favorável na agência reguladora abre caminho para otimismo.

Na prática, a decisão do STJ restabeleceu a medida da Aneel no processo administrativo que revogou a autorização da Termelétrica Rio Grande. No entanto, continua pendente de análise o pedido de transferência da termelétrica para o grupo espanhol Cobra. Esse processo é uma solução legal para encerrar a revogação e permitir a instalação da usina, que já obteve a licença ambiental por parte do governo do Estado.

O prefeito de Rio Grande, Fábio Branco (MDB), afirma que a continuidade da discussão sobre a devolução da outorga é importante. Nesse sentido, ele destaca que a prefeitura seguirá acompanhando a tentativa de transferência do projeto e analisando as questões judiciais:

— Claro que nos preocupa, mas não nos desanima. Continuaremos atentos, trabalhando em todos os aspectos e dando todas as condições para que o processo tenha seu trâmite normal junto à Aneel. Judicialmente, estamos tomando nossas providências para que Estado, município e empresa possam reverter essa decisão judicial em Brasília.

Os trâmites

  • O projeto nasceu em 2008, na gestão Yeda Crusius. Teve geração futura de energia comprada em leilão público em 2014 e deveria ter começado a operar em 2019

  • A iniciativa prevê recebimento de gás natural liquefeito (GNL) por navios, que se acoplariam a uma unidade de regaseificação que devolveria o combustível ao estado gasoso

  • O projeto travou na liberação ambiental, ante a objeção do Ministério Público Federal em Rio Grande à instalação de terminal flutuante para descarregar e regaseificar o GNL 

  • Com a entrada dos espanhóis do Grupo Cobra, isso mudou. Agora, o terminal será em terra firme, no porto de Rio Grande

  • Como já deveria ter começado a operar, a Aneel cassou a outorga do empreendimento (autorização para a obra). Decisão judicial devolveu ao projeto a outorga no ano passado, mas o STJ acaba de derrubar essa medida

  • Paralelamente, o Grupo Cobra aguarda análise da própria Aneel para que o processo de revogação da outorga seja extinto definitivamente

  • Até fevereiro, a expectativa era de que a usina operasse a partir de 2024

  • Fonte: GZH / ANDERSON AIRES