Responsável por 90% das exportações do RS, Porto de Rio Grande tem risco de encalhe por falta de dragagem

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Última obra de desobstrução foi feita em 2014. Situação faz com que escoamento da safra de soja do ano que vem fique ameaçada.

O Porto de Rio Grande, responsável pelo escoamento de 90% das exportações do Rio Grande do Sul, pode ser declarado inseguro devido à falta de dragagem. Há três anos o canal de acesso ao porto não é limpo, e os navios correm o risco de encalhar, como explica secretário-executivo da Praticagem da Barra, Pedro Luppi.

“Esse ano, dentro do canal, na saída do molhe, nós já tivemos um encalhe. Outros navios quase encalharam. Porque eles vinham em alta velocidade e, ao tocar no banco, perdem velocidade e quase param”, diz Luppi. “O porto poderá ser internacionalmente declarado inseguro”, pontua.

Nos nove primeiros meses de 2017, o Porto de Rio Grande movimentou 31 milhões de toneladas de cargas, quase 2% a mais do que no mesmo período do ano passado e gerou R$ 25,5 milhões em receita.

A última dragagem no canal de navegação do porto foi feita em 2014. Nos terminais de grãos e de contêineres, a profundidade é de 12,8 metros. Sem a limpeza, as embarcações operam no limite, encostando-se aos bancos de areia.

Em 2015, o governo federal assinou o contrato de R$ 368 milhões para uma dragagem de aprofundamento, mas o Ibama pediu mais estudos para autorizar o licenciamento ambiental. A superintendência estuda uma alternativa: realizar uma dragagem emergencial. Mas, por enquanto, não há prazo.

“Estamos em andamento com uma licitação para fazer uma medida, uma batimetria, uma verificação de fundo, pra calcular que volume é esse que nós temos que retirar até para ter uma estimativa de valor dessa obra”, diz o diretor técnico do porto, Darci Tartari. “Estamos estimando em torno de R$ 100 milhões, R$ 120 milhões”.

Sem dragagem, o escoamento da próxima safra de soja, a partir de março do ano que vem, está comprometido. Para operar com segurança, os navios carregariam menos do que a capacidade, encarecendo o custo do frete. Com isso, o preço pago ao produtor seria reduzido.

“Hoje, o que é necessário é que todos do agronegócio e também do governo estadual e federal entendam que, se [a dragagem] não ocorrer até a próxima safra, nós vamos ter dificuldades e uma penalização aos produtos, porque a consequência disso é uma menor receita da economia gaúcha no ano de 2018”, afirma o diretor do terminal Termasa / Tergrasa, Guilhermo Dawson Jr.

FONTE: G1 RS- EQUIPE RBS TV RIO GRANDE

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