Refinaria de Pasadena pode ter somado propinas de até US$ 100 milhões, aponta delator

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As negociações para a compra da refinaria de Pasadena estão novamente em foco nas investigações da Operação Lava-Jato. O esquema de propinas envolvendo as obras da unidade podem ter chegado a US$ 100 milhões, segundo o novo delator e ex-funcionário da área internacional da Petrobrás, Agosthilde Mônaco de Carvalho. De acordo com o executivo, a aquisição da unidade foi impulsionada por compromissos políticos do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, mesmo frente às condições deterioradas em que se encontrava a refinaria na época da compra.

As suspeitas sobre os acordos de aquisição da refinaria não são de hoje, mas os indícios seguem crescendo e podem trazer mudanças legais sobre o negócio. Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a comprovação dos esquemas ilegais e dos benefícios obtidos por diretores da estatal poderá levar à anulação da compra da unidade.

O acordo, segundo Mônaco de Carvalho, resultou em pagamentos milionários de propina após o fim do litígio com a belga Astra Oil, que levou à aquisição total das ações. Segundo o delator, os valores obtidos nas negociações ilícitas podem ser calculados entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões.