Nessa semana o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) completou 41 anos de valorosa contribuição para o desenvolvimento de pesquisas científicas no continente antártico. Graças aos esforços de muitas pessoas e instituições, o Brasil atingiu um patamar de expressão mundial.
Nesse fabuloso cenário estão marinheiros que passam meses a bordo dos navios antárticos; os mergulhadores que pulam na água gelada para empurrar os botes dos pesquisadores; os tripulantes e sua disposição ímpar. Militares e cientistas de dkiversas universidades brasileiras superam as dificuldades da rotina, do frio e do isolamento.
Não canso de afirmar com uma enorme convicção: é a Marinha, a Aeronáutica e os bravos cientistas, que garantem as pesquisas e a presença brasileira no continente antártico. Tenho muito orgulho de ter participado de três expedições a Antártica.
Comandante Ferraz: o pioneiro
A crise mundial dos preços do petróleo de 1973, a pressão de intelectuais e políticos, a alegada revisão do Tratado da Antártica em 1991 e, consequentemente, a possibilidade de prospecção mineral no continente sem a presença do Brasil levaram o presidente Ernesto Geisel a assinar o termo de adesão ao Tratado, encaminhado ao governo dos EUA, que era o país depositário do mesmo.O Capitão de Corveta Luiz Antônio de Carvalho Ferraz, da Marinha do Brasil (MB), embarcou na expedição britânica à Antártica, de dezembro de 1975 a março de 1976, a bordo do HMS Bransfield. Ferraz foi o primeiro brasileiro em uma missão oficial a pisar na Antártica, após a adesão ao Tratado. Ele morreu subitamente, aos 42 anos, enquanto participava da V Assembleia Oceanográfica Conjunta e da Reunião Geral do Comitê Científico para Pesquisas Oceanográficas, em Halifax, no Canadá, quatro meses antes da partida da primeira expedição brasileira à Antártica.
A cada visita ao continente, voltamos para casa mais preocupados com o aquecimento global, que ano após ano está mudando a paisagem na Antártica, um cenário que nos fez perder o fôlego tantas vezes está ameaçado e o planeta também.
O destino de ambos está nas mãos de gaúchos, paulistas, cariocas, nordestinos, de tantos brasileiros, de pesquisadores do mundo todo que apostam suas vidas em uma solução…Cumprimentos aos jornalistas e amigos antárticos.
Vida longa ao PROANTAR, vida longa a CIÊNCIA. BRAVO ZULU.