Prevalência de trabalho forçado mancha o fornecimento mundial de produtos marinhos

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Esta reportagem foi produzida pelo The Outlaw Ocean Project, uma organização jornalística sem fins lucrativos de Washington. A apuração e a escrita contam com contribuições de Ian Urbina, Joe Galvin, Maya Martin, Susan Ryan, Daniel Murphy e Austin Brush, e a produção da reportagem recebeu apoio do Pulitzer Center. Nos últimos quatro anos, uma equipe de repórteres do The Outlaw Ocean Project conduziu uma ampla investigação das condições trabalhistas, abusos de direitos humanos e crimes ambientais na cadeia mundial de fornecimento de produtos marinhos. Uma vez que a frota pesqueira de águas distantes da China é enorme, amplamente dispersa e reconhecida pela sua brutalidade, a investigação focou essa frota.

Os repórteres entrevistaram capitães e subiram a bordo de navios no sul do oceano Pacífico, perto das Ilhas Galápagos; no sul do oceano Atlântico, perto da Argentina; na costa da África Ocidental, perto da Gâmbia; e no mar do Japão, próximo à Coreia do Sul.

As visitas a esses navios revelaram em detalhes um amplo padrão de abusos de direitos humanos e trabalhistas, incluindo servidão por dívida, retenção de salários, horas excessivas de trabalho, espancamento, confisco de passaportes, proibição de acesso a atendimento médico em tempo hábil e mortes causadas por violência.

As jornadas de trabalho em muitos navios chineses em mar aberto duram comumente 15 horas, seis dias por semana. Os alojamentos da tripulação ficam abarrotados. Lesões, má alimentação, doenças e espancamentos são comuns –assim como o beribéri, que foi um dos primeiros sinais de problemas observados pelos repórteres ao longo de muitos encontros.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/10/prevalencia-de-trabalho-forcado-mancha-fornecimento-mundial-de-produtos-marinhos.shtml