A maior parte da carga de exportação do Itaqui chega via linha férrea, modal considerado mais eficiente que as estradas. É o porto público mais profundo do Brasil, e o tempo de viagem para Europa e América do Norte a partir de lá pode ser sete dias mais curto se comparado a terminais do sul do país.
Com uma mudança na estratégia da Petrobras, que praticamente anulou suas operações de transbordo com combustíveis no porto, os grãos tornaram-se ainda mais importantes para as atividades do Itaqui, disse Ted Lago, chefe da empresa estatal maranhense que administra o porto, em uma entrevista por telefone.
Após a mudança da Petrobras, os volumes gerais de carga em 2016 caíram cerca de 23 por cento, num momento em que o novo terminal de grãos do Itaqui ainda estava intensificando suas operações. Uma queda na produção de grãos na região de Matopiba, a nova fronteira agrícola do Brasil, também impactou o volume movimentado no porto no ano passado.
No entanto, a safra em Matopiba se recuperou, e o Brasil teve uma colheita de grãos recorde neste ano. Com isso, o volume total movimentado por Itaqui deve aumentar 12,5 por cento, para 19 milhões de toneladas, com os grãos representando 8 milhões de toneladas, disse Lago.
Ainda assim, recentes questões regulatórias ameaçaram a ambição de Itaqui de se tornar um dos portos públicos mais eficientes do Brasil.
Depois de empresas como a Louis Dreyfus e a Glencore International gastarem cerca de 600 milhões de reais para construir um novo terminal de grãos como parte de um consórcio, uma regulamentação da Antaq limitou a quantidade de grãos que um operador estabelecido, a VLI Operações Portuárias, poderia movimentar em Itaqui.
O limite, que é de 2,4 milhões de toneladas de soja e 90 mil toneladas de farelo de soja, objetivava atrair investidores privados para o novo terminal do Itaqui, disse Lago. A VLI, que tem a mineradora Vale como sua maior acionista, opera uma das duas ferrovias que chegam a Itaqui.
Até que o consórcio conhecido como Tegram Operações Portuárias atinja sua capacidade operacional máxima, o que está previsto para acontecer em meados de 2019, a limitação permanece, disse Lago.
Fonte: Reuters