Diniz Júnior / Especial Fotos: Rubens Comin
A meliponicultura está em expansão no Brasil. A criação racional de abelhas sem ferrão é uma alternativa de geração de renda em muitas propriedades. Por serem dóceis e de fácil manejo, cada vez mais novos produtores despertam o interesse em trabalhar com essas abelhinhas. Os motivos são muitos. Seduzidos pela beleza da natureza e pelo amor ao meio ambiente, daí a razão de serem meliponicultores e apicultores. Quanto aos interesses e objetivos de cada um, podemos dizer que são tão diversos quanto surpreendentes, mas todos foram arrebatados pela admiração e amor pelas abelhas.
Em 2022, o biólogo Rubens Comin, a esposa Ana Paula, psicóloga e os filhos Bernardo e Olívia decidiram trocar a praia do Cassino em Rio Grande, por uma propriedade de 2 hectares no Bolaxa. O motivo dessa mudança? “Proporcionar para as crianças o mesmo que eu tive na infância, dando valor às pequenas coisas, treinando a paciência ao plantar, esperar crescer e depois colher os frutos. Podemos colaborar ficando atentos aos enxames e reservando alguns momentos do dia para a contemplação desses seres”, relatou Comin.
O biólogo tomou conhecimento do Projeto Polinizando o Pampa pelas redes sociais e não pensou duas vezes e se inscreveu para o projeto. Comin é um dos 15 produtores selecionados pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande. “Acho a ideia muito interessante, tanto pelo viés ambiental, quanto pelo apelo de conscientização que o projeto proporciona. A minha expectativa é replicar o máximo possível os enxames, sem intenção de lucrar, mas sim de colaborar com a disseminação desses polinizadores tão importantes no ecossistema. A contribuição será para o meio ambiente e também para diversos aspectos que pretendo trabalhar com as crianças”, disse.
Rubens é filho de agricultores da serra gaúcha, e sempre esteve envolvido, mesmo de longe, com a agricultura. Desde 2012 tem estudado a possibilidade de algum negócio voltado ao agro. “Em 2013 surgiu a ideia de produzir cogumelos e hoje graças a esta propriedade e muito esforço, estudo e planejamento, estou implementando e a previsão é de iniciar o cultivo em três meses”, disse.
O projeto de Comin prevê a produção de três variedades de cogumelos: Paris, Porto Belo e Shiitake (um cogumelo comestível nativo do leste da Ásia). Para isso iniciou a construção de um prédio, uma espécie de uma estufa, que vai manter as salas com temperaturas e umidade ideais para cada variedade produzida. A construção tem 280 metros quadrados, e quando concluída terá uma capacidade para produzir 400 kg por semana.
CONHEÇA MAIS O PROJETO POLINIZANDO O PAMPA