Cerca de 17 toneladas de cocaína devem ser apreendidas nos portos brasileiros neste ano. Até agora, foram confiscadas 16 toneladas. A estimativa é da Polícia Federal (PF), que abriu nesta segunda-feira (13) o 1º Programa de Cooperação Policial Internacional em Portos, o Intercops, no cais santista. Trocar dados e metodologias para o combate ao tráfico de drogas e aprimorar estratégias para garantir a segurança nos complexos marítimos estão entre os objetivos do evento, que vai até sexta-feira (17).
Nesta semana, no evento, representantes de autoridades policiais de vários países discutirão a repressão ao tráfico de drogas. A ideia é que os agentes troquem experiências e métodos para a desarticulação das quadrilhas especializadas.
Dali, são levadas à Europa. Por isso, representantes das polícias de nações como Holanda, Bélgica, Itália, Espanha e França participam do encontro. Também está presente uma comitiva do Sri Lanka, onde, recentemente, um carregamento de cocaína foi encontrado em uma carga de açúcar proveniente de Santos. “A oferta das drogas em geral vem aumentando nos países andinos. Na Colômbia, aumentou consideravelmente em razão da proibição do uso do glifosato, que eles utilizavam para matar as plantações de folha de coca. A demanda é grande e, enquanto houver demanda, haverá oferta”, disse Custódio.
“Santos tem um porto seguro. A gente cobra o atendimento do ISPS Code (o código internacional antiterrorismo), os terminais são sujeitos à fiscalização. Eles investem em infraestrutura, segurança, análise de risco. Mas aqui temos navios saindo para a Europa todos os dias. Do ponto de vista logístico, 30% do comércio exterior brasileiro passa por Santos. Isto acaba sendo um atrativo para os grupos criminosos colocarem a carga por aqui. Em outros locais, você tem um navio a cada uma ou duas semanas”, destacou, explicou Baida Filho.
Inteligência
Para o superintendente regional da PF no Estado, Disney Rosseti, a inteligência e a integração com outras polícias e com a Receita Federal são a saída para desarticular quadrilhas. “O tráfico de drogas é uma modalidade de crime essencialmente transnacional. São organizações muito bem estruturadas e, se não houver essa cooperação, essa integração de experiências e metodologia, (seu combate) é um trabalho que está fadado ao insucesso. Então, estamos agora debatendo o uso do modal marítimo (pelas quadrilhas) por conta da experiência e expertise da nossa equipe no Porto de Santos e creio que teremos resultados ainda melhores num futuro próximo”.