Petrobras quer trocar garantias por investimentos

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Petrobras: companhia também estuda usar seguros no lugar de garantias de dívidas e obrigações

A Petrobras pode liberar para investimento bilhões de reais atualmente presos na carteira da companhia ao trocar, por óleo e gás, títulos públicos federais que precisa manter em carteira como caução para dívidas. Paralelamente, a companhia também estuda usar seguros no lugar de garantias de dívidas e obrigações.

 

O objetivo das duas medidas é liberar recursos para que a Petrobras consiga executar os vultosos investimentos de US$ 47,3 bilhões ao ano previstos no plano de negócios 2012-2016. A estratégia é parte do programa de desinvestimento de US$ 14,8 bilhões da estatal até 2016.

Um dos principais alvos é a caução de uma dívida de R$ 4,76 bilhões que a Petrobras acertou em 2007 com a Petros, seu fundo de pensão. Em tese, poderia ser liberada nesta operação a caução referente a cerca de R$ 3,5 bilhões que ainda restam serem pagos da dívida (em valores de 2007). Este total teria de ser corrigido pelo IPCA mais 6% ao ano.

A dívida está sendo paga e não está sendo questionada. A meta da Petrobras é substituir a caução que a empresa precisa manter em carteira até que a dívida seja quitada, em 2027. A caução foi uma exigência do acordo parcial que a empresa fechou em 2007 com sindicatos.

Hoje, essa garantia está contabilizada no balanço na forma de títulos públicos federais. Ou seja, o ativo, com alta liquidez, fica congelado na carteira da companhia. A Petrobras negocia trocar esses títulos por estoques de óleo e gás. Com isso, consegue liberar os títulos, que podem fortalecer o caixa da empresa. Em outros casos, a Petrobras pode fazer seguros em vez de garantias. A medida trará mais custos para a empresa, já que seria necessário contratar um seguro. No entanto, os ativos hoje mobilizados na carteira como caução, garantia e etc. poderão ser liberados para uso.

As iniciativas fazem parte do programa que a Petrobras quer fazer até 2016, para obter recursos para explorar o pré-sal. A maior parte dos US$ 14,8 bilhões de desinvestimentos previstos no período virá da venda de ativos no exterior, como poderá ser o caso da refinaria da Petrobras no Japão, ou de participação em blocos exploratórios nos EUA.